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terça-feira, 5 de outubro de 2010
EM FAMÍLIA - Nossos Papéis
Quando nascemos somos acolhidos, cuidados e aprendemos a pertencer à Família desempenhando diversos papéis: filho, neto, irmão, homem, mulher, pai, mãe, companheiro ...
Na maioria das vezes recebemos roteiros prontos para esses desempenhos.
Os scripts na verdade não levam em conta nossas características inatas, nossos pendores, nossos temperamentos, nossa unicidade. Em nome da Educação, foi-nos exigido e cobrado adaptação total ao que era esperado:
“Na nossa família é assim!” – “Você pensa que é diferente?” – “Não nos faça passar vergonha!”... Para complicar, por Amor e para valorização da própria família, essas expectativas são muito idealizadas, exigindo ótimas performances, perfeitas, se possível, e quando não atingidas causam decepção, ameaça de desamor e desvalia. Como o que o ser humano mais necessita é de amar, ser amado e ser reconhecido em seu valor, a ameaça de falhar e não consegui-los nos trás sentimentos ( ainda que socialmente mascarados) de medo, frustração, raiva, culpa, vergonha, mágoa ... Nossos comportamentos para evitar toda essa dor são de tentativa de controle de pessoas e situações. Com maior ou menor empenho, nos entregamos à luta pelo sucesso em nossos papéis em busca do prêmio que tanto almejamos: amor e valor.
Por amor, na tentativa de repassar e perpetuar seu modelo, deixando em cada um de nós sua marca, para continuidade e proteção do grupo e de cada indivíduo, a Família luta e tenta fazer de nós meros repetidores, dóceis ou submetidos, adaptados, mas pouco criativos, espontâneos, florescidos. É uma troca, uma sinergia viciosa e pobre na qual a Família perde sua função de nidar, torna-se disfuncional, machucando, confundindo, empobrecendo seus membros, que por sua vez conformam-se, abrindo mão da responsabilidade de exercer seus papéis com seus potenciais únicos.
Na verdade, a Família é o ninho que, ao nos acolher e cuidar, deveria estar atenta e respeitar nossas características pessoais, dar espaço, favorecer, valorizar, deixar florescer nossos dons únicos e especiais. Esse Ninho, ao mesmo tempo que precisa ensinar regras de comportamento e respeito social, estabelecendo e honrando limites individuais, precisa também ser modelo para a aprendizagem de valores éticos/espirituais e dar liberdade de escolher, com a responsabilidade de assumir as conseqüências das escolhas.
É importante que cada um de nós, indivíduos, possamos nos ver e entender nessa dinâmica familiar (e na de quaisquer outros grupos como Escola, Igrejas, Empresas,etc), descobrindo-nos nos papéis que nos impuseram, mas que nós, já adultos, ainda estamos aceitando porque muitas vezes se adéquam às nossas características de caráter, ás nossas necessidades afetivas ou ao nosso comodismo.
É de nossa inteira responsabilidade ir reescrevendo nossos scripts e imprimindo nosso estilo no desempenho de nossos papéis em Família.
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