A Memória é a guardiã de nossas lembranças, a senhora do
nosso passado, a testemunha silenciosa de nossa história...
Quando fujo
sistematicamente de minhas lembranças, com medo do confronto com a dor da perda
de tudo que não tem mais volta, corro o risco de me sentir como “pipa voada”,
vivendo o hoje, mas perdida, sem referências, roubada ou abrindo mão do meu
passado – um ser sem Memória!
Podemos
usar nossa memória de várias maneiras:
- às vezes a usamos
como uma “flauta mágica” que nos mantém encantados, mas aprisionados, nas
alegrias gostosas do passado, deixando de viver o que está acontecendo no
momento... E nem importa o que a vida nos oferece porque nada enxergamos...
Porque “aquele tempo é que era bom”!
- outras vezes,
ficamos igualmente aprisionados ao passado, mas então encarcerados num castelo
escuro, habitado somente por nossas tristezas, nossas saudades, nossas agonias,
mágoas, ressentimentos, culpas e vergonhas... E, ali, nossa memória nos mantém
acorrentados sob constante açoite.
- algumas vezes
usamos nossa memória como arma que nos mantém aquecidos, remoendo raivas, para
mais facilmente superarmos nossa timidez e conseguirmos reagir.
- ou remoemos
injustiças para nos atirarmos às revanches, à vingança... prisioneiros do ódio!
Esse mesmo uso da memória serve também para ir corroendo nossas relações mais
caras quando a usamos como arma de coação, cobrando aos outros seus erros
passados, numa tentativa de controlá-los pela culpa!
Mas a
memória pode ser uma aliada maravilhosa quando nos testemunha experiências do
passado para nosso aprendizado. Ela nos ajuda a revisitá-lo para que também
possamos “vê-lo” com os novos olhos de nossa caminhada... E ainda nos preserva
a beleza do que vimos e vivemos para nos enriquecer o presente.
Memória...
tantas possibilidades!
Como estou lidando com minha memória? Que usos tenho feito
dela?