As Religiões foram criadas pelos Homens na tentativa de
buscar chegar mais ao Divino, de se religarem ao Sagrado, que já interiormente
pressentiam no universo à sua volta. Foi o primeiro impulso de nossa mente/ego
para tentar entender e explicar o Grande Mistério que os cercava e que chamaram
de Deus.
Os Homens primeiro O sentiam, temiam e tremiam
ante a Sua força revelada na Natureza, natureza da qual eles dependiam! E eles
começaram a amar e temer esse Deus poderoso, juiz, vingador! Acreditavam que
precisavam louvar, obedecer e não aborrecer esse Poder “tão poderoso” para
merecer Seu amor, proteção e salvação. E criaram regras e mandamentos,
ensinando como viver/agir através de seus Livros Sagrados. Sagrados, porque os
orientavam a buscar a perfeição de Deus e a própria salvação. E cada povo criou
seu Livro e buscou essa união com Deus à sua própria maneira. E surgiram várias
maneiras e surgiram várias Religiões...
Mais tarde,
os Homens receberam Mensageiros Divinos que lhes falaram que esse Deus era Poderoso
em Amor! E os Homens buscaram abrir seus corações para sentir,
interiormente, em sua alma, a experiência dessa sintonia com esse Deus de Amor,
que os acolhia, consolava, intuía... E eles descobriram que isso era muito bom,
que os inundava de alegria e felicidade, muito além dos prazeres do Mundo! Eram os momentos mágicos de uma experiência
espiritual, de Espiritualidade! Começaram
a descobrir que eram muito mais do que apenas corpo/mente, que uma dimensão diferente
e poderosa os habitava e ela poderia levá-los a desfrutar a Alegria do
Divino! Procuraram, então, em suas
Religiões, enriquecer os rituais para favorecer essa sintonia através da
música, de danças, de odores, de rezas, de mantras... Alguns, até através de
substâncias químicas. Todos esses instrumentos religiosos, exteriores a nós,
têm o objetivo de nos desligar do corpo/mente para alcançarmos nossa dimensão
Espiritual. Mas os efeitos desses estímulos exteriores passam logo que cessam
os estímulos...
O perigo de
uma religiosidade apenas externa, dominada e orientada pela mente/ego, baseada
no “faça e não faça”, em aparências, é que nos tornemos repetidores em rituais,
louvores, pregações, sem a vivência
interior do Amor, sem o Despertar da
Espiritualidade. O perigo é que essa religiosidade seca, vazia, colorizada,
tecnológica, sofisticada, intelectual, acabe por nos levar, a uma regressão ao
estágio dos homens que apenas temiam ou buscavam negociar com Deus. Acabamos por
nos transformar em corpos ocos, vazios – sem alma, sem a Alegria de Deus.
Hoje,
estamos descobrindo o caminho para a vivência da Espiritualidade, para
alcançarmos, mais e mais vezes, nossa dimensão espiritual, a dimensão onde
habita a centelha da Pura Luz e Alegria, a centelha desse Deus que tanto
buscávamos lá fora.
Esse caminho passa pelo entendimento
de Nós Mesmos como Seres
Espirituais!
Passa pela descoberta, “educação” e transformação do nosso ego defensivo/agressivo, que nos aprisiona e
nos isola de nossa Luz.
Passa pelo exercício
das faces do Amor – gentileza,
bondade, compaixão, honestidade, respeito, generosidade, solidariedade...
conosco mesmos e com os outros.
Esse caminho nos conduz a vivenciar a Espiritualidade,
a Re-ligação coma Alegria do
Amor de Deus... “Explode coração, na maior felicidade...”
As
Religiões são várias, são variadas formas de buscar a sintonia com Deus. A
Espiritualidade independe de povos, culturas e crenças. Ela traz significado,
verdade e luz à nossa religiosidade. Ela é uma possibilidade sagrada em todos
os Homens. É a possibilidade de desfrutar
do gosto e deleite de se sentir parte do Divino, do Amor de Deus. Ela nos leva de volta à Casa do Pai!