As perdas, quaisquer perdas, são cada vez mais constantes
num mundo em mudanças cada vez mais rápidas. E hoje, novamente, nos vemos compartilhando sobre a superação dessas
perdas...
Por mais
que não queiramos sofrer modificações em nosso “mundo”, por mais que queiramos
evitar as perdas, elas nos confrontam e nos desafiam durante toda a vida. Elas
nos empurram, nos “desgrudam”, de nossas rotinas, das pessoas que compõem esse
mundo, no qual nos apoiamos material, psicológica e afetivamente, com maior ou
menor intensidade de dor e dificuldade. Como as perdas doem!!! Como elas nos assustam, nos amedrontam, até
nos horrorizam!
Passado o primeiro impacto,
paralisante, vem o luto. Luto pela “ruína” de nosso mundo, luto que pede um
tempo para despedida do que era e o confronto com o que agora é! As perdas são
um desafio doído e difícil e nos debatemos, sem querer aceitá-las. Não queremos
“ver” ou ouvir nada sobre essa nova e absurda realidade. Queremos nosso passado
de volta!
E tentamos reverter ou evitar
tudo que nos parece inaceitável: a ameaça à vida física por doenças, o fim dos
sonhos e das expectativas mais caras (materiais ou afetivas), a separação, pela
vida ou pela morte, das nossas pessoas mais queridas e tantas mais... O medo e
a dor nos levam a questionar ou tentar negociar (com pessoas, santos, com
Deus...) aquilo que nos parece tão terrível quanto injusto. Por que?... Eu prometo...
Quando não recebemos as respostas
que desejávamos, reagimos com raiva, ressentimento, mágoa... Jogamos culpa em
tudo e todos, inclusive em nós mesmos.
Devia... Eu devia... Toda essa luta zangada tem um tempo em cada
um de nós. Ela continua e continua e continua... Enquanto temos força para
brigar, questionar, para nos debater.
Chega um momento que cansamos:
abatidos, humilhados, resignados ante uma realidade mais forte que se impôs,
mas ainda somos prisioneiros da perda, do passado, remoendo um sofrimento
surdo.
No entanto, uma força interior,
que emerge de nossa dimensão espiritual, nos mantém “vivos” e, em algum momento,
nos leva para além da agonia, para além da prisão ao passado. Ela nos desperta,
qual uma fênix revivida. Ela nos acena e possibilita a superação de nossa não aceitação das mudanças que a vida nos impôs.
Ela nos faz entender que “aceitar não é gostar”, é apenas parar de lutar contra
a realidade e se dispor a caminhar.
Ainda sentimos Dor! Mas já é uma
“dor com paz”. Uma paz que libera nossa força para continuar, que nos deixa ver
um sentido em continuar. Cada uma dessas etapas, todo esse trajeto, nos trouxe
experiência, nos trouxe o aprendizado de quem somos e do que ainda podemos, nos
trouxe a capacidade de ver o novo que a vida nos oferece.
A superação demonstra nossa
“resilência”: o poder de superarmos nossos desafios, aprendermos com eles e
continuarmos... Cada um de nós a seu tempo, TODOS, temos essa capacidade pois
nos habita, ilumina e fortalece uma Centelha Divina – ACREDITE!!!