Por ignorarmos
nossa natural conexão e pertencimento a um TODO MAIOR, sentimo-nos soltos,
largados e com muito medo do isolamento, da solidão, da desconexão com pessoas
e coisas. Então, amedrontados, valorizamos demais o nosso
mundo conhecido, palpável. Queremos possuir coisas e pessoas. Inseguros, agarramo-nos ao que nos é
conhecido e, principalmente, a tudo e todos que nos são queridos. E tentamos,
compulsivamente, manter o “controle” sobre o incontrolável – os Outros.
Ao menor sinal de “perigo”, à ameaça
de perda, com crescente agonia e ansiedade, passamos à vigilância e à
fiscalização dos passos, dos sentimentos, e até dos pensamentos, daqueles que
amamos. Não queremos a dor de vê-los sofrer, não podemos perdê-los para os
descaminhos da vida ou para outros. Precisamos cuidar deles, orientá-los,
direcioná-los, mantê-los sob controle...
Acreditamos ser esse o nosso papel e dever, não podemos fracassar! Mas,
tristemente, só conseguimos, tentando controlar, a frustração, a raiva, a mágoa,
o ressentimento e a constante tensão nas nossas relações com pais, filhos,
amantes, companheiros, amigos...
Nessa tentativa compulsiva e
inglória de “possuir”, disfarçamos, mentimos, manipulamos...E levamos os outros
a reagir, utilizando comportamentos semelhantes, para tentar fugir ao nosso
controle. As relações tornam-se inseguras, desconfiadas, pesadas, sem alegria,
sem espaço para as tantas faces e manifestações do Amor.
Nossa compulsão de controle se
manifesta, também, e de modo crescente, como a única resposta às ameaças de
perda de poder, de prestígio, de valorização... . “Acuados”, tentamos, cada vez
mais, controlar, disputar, não perder! E
o orgulho e a arrogância, mesmo inconscientes ou disfarçados, a vaidade, a presunção,
a prepotência... cada vez mais, se estabelecem em nosso pensar, sentir e agir.
Tanta luta acaba por nos esgotar, nos secar, tirar nossa graça de Ser e Estar.
Tudo, na verdade, encobre um grande medo de ser menos e é consequência dessa
percepção equivocada de nossa desconexão e isolamento.
Somos únicos, embora iguais em nossa
humanidade e pertencemos, todos, a um Todo Maior. Jamais estaremos sós e desconectados.
Mas jamais teremos, também, o controle uns dos outros. Se insistirmos em não
entender isso, perderemos o amor das pessoas e o controle de nós mesmos. Para estarmos juntos, relacionados de forma
sadia e gratificante, é importante entender, relaxar e acreditar na importância
de estarmos atentos e ocupados em cuidar gentilmente de nós mesmos, respeitando
uns aos outros. Só então poderemos experimentar
alegria ao estarmos juntos, livres e
conectados. Quanto mais e melhor cuido
de mim, mais descubro meu poder interior, o valor de Ser Único e o conforto de Estar,
de Pertencer. Quando o foco de nossa
atenção se inverte, vamos abandonando essa compulsão de controlar e tudo começa
a mudar...
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