Somos seres
sociais. Aprendemos sobre tudo o que nos cerca com a família e, a partir daí,
com os outros grupos aos quais vamos pertencer. Por isso a necessidade física,
psicológica e afetiva, de Pertencer, de ser aceito, de ser amado e valorizado
pelos outros, torna-se tão poderosa em nossas vidas. Queremos parecer e
aparecer bem para o social. Fizemos, muitas vezes, grandes sacrifícios, até
“engolimos sapos”, para “mostrar serviço” e sermos valorizados. Mesmo quando já
“crescemos” o suficiente para buscarmos nossa liberdade e priorizarmos o nosso
Ser sobre o Pertencer, ainda assim, nos deixamos incomodar com as opiniões do mundo.
E então, alguém inventa algo sobre
nós. Alguém deturpa o que dissemos ou fizemos, lançando sombras e mentiras
sobre o que somos ou o que tentamos ser. Alguém nos calunia! Calúnias são as inverdades maldosas que, a
medida em que são repassadas de modo leviano, irresponsável ou raivoso, ganham
força e status de “verdade”, caminhando, se espalhando, manchando ou destruindo
a imagem que construímos.
Num mundo de notícias e informações,
na busca insana de novidades... Num mundo competitivo, raivoso, ressentido, não
feliz... Nesse mundo, muito se ouve, se lê e se escreve sobre os outros. Não fomos ensinados a nos
vermos, a nos ocuparmos com nossas próprias dificuldades e também não fomos
ensinados a sermos sensíveis e cuidadosos com o Outro. Nosso foco ainda é
externo e competitivo, comparativo, muito pouco amoroso. É um foco externo a serviço do “guerrear”,
depreciar, acatando sempre o julgamento maldoso. Esse é o meio ideal para a
Calúnia! E muitas vezes nós, “inocentemente”, as repassamos como simples
“fofoca”! Não são!
A Calúnia causa sempre muita Dor. Essa dor de sofrer uma
acusação injusta, só a avaliamos melhor quando somos nós os caluniados. Ela causa a mágoa e a frustração de vermos
caídas as nossas expectativas de respeito e valorização social. Causa vergonha por nos vermos expostos
negativamente e causa medo do isolamento, do abandono...
A Calúnia deixa uma nódoa indelével
em nossa imagem social, nódoa que nunca se apagará por completo, deixando
sempre um rastro de dúvidas, cobranças, maledicências... A verdade estará para sempre meio velada pela
opacidade da mentira...
A cada um de nós, resta o cuidado, o
respeito e a atenção com a vida e a imagem social do Outro. E quando formos nós
os caluniados, mesmo machucados, nos resta continuar firmes, verdadeiros,
coerentes com nossos valores, posturas e escolhas em nossas vidas afetivas e
profissionais. Não devemos parar! Não podemos trair a nós mesmos dando força ou
espaço à calúnia!
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