Somos seres
grupais. Mesmo sendo indivíduos/únicos, precisamos das relações grupais para
nos descobrirmos, nos construirmos e nos desenvolvermos. Precisamos nos sentir
pertencendo! Mas o poder dos grupos pode ser para o Bem ou para o Mal! A força
dessa pertença pode nos arrastar para a agonia ou para a alegria, para a prisão
ou para a libertação.
A necessidade que temos dessa pertença dá aos grupos o poder
de dirigir nossas mentes a partir de crenças/orientações, que controlam nossos
pensamentos, nossos sentimentos e atitudes. É um poder que pode tornar-se
perigoso, porque nos submete ao que vem de fora (foco externo), nos condiciona
a aceitar como verdades as verdades do grupo; porque, para Pertencer, os grupos
nos fazem abrir mão de Ser, das nossas próprias razões, dos nossos anseios, das
nossas escolhas, para sermos aceitos, valorizados e amados.
Em nossa sociedade humana, a princípio pela necessidade de
sobrevivência, fomos acolhidos e passamos a ser parte de grupos que nos defendem,
mas, em troca, esperam e cobram obediência e lealdade. São acolhedores, mas coercitivos. E sempre
funciona assim, nos muitos grupos aos quais vamos pertencendo: Família, Escola,
Igreja, Clubes, Culturas... Recebemos muito, desde que não queiramos contestar
a “cartilha” do grupo, desde que não queiramos Ser originais, criativos,
diferentes! Os grupos temem as diferenças e os diferentes que podem ameaçar sua
homogeneidade, seu poder ou a perda/abandono de suas “partes/indivíduos”.
Mas não podemos abrir mão de sermos leais a nós mesmos! Não
fomos criados para sermos meros repetidores em troca de valorização e defesa.
Temos um dever a cumprir com a Luz que nos foi confiada por um Poder Maior.
Temos dons, ideias, qualidades a serem descobertos, desenvolvidos... e defeitos
e dificuldades a serem superados. Temos histórias únicas, destinos únicos,
caminhos únicos a serem trilhados, ainda que enriquecidos no compartilhar. Esse
é o nosso grande desafio: Ser e Pertencer!
Precisamos buscar o equilíbrio entre o respeito a nós mesmos e o
respeito a todos no grupo, qualquer grupo, para nos tornarmos enriquecidos
e enriquecedores. Precisamos abrir mão
de tentar controlar e de não nos deixarmos controlar... Precisamos não criar expectativas sobre os
outros, nem aceitarmos o peso das expectativas do grupo. Precisamos ser leais e
verdadeiros conosco mesmos para sermos espontâneos e trazermos leveza e
sanidade ao grupo. Toda a responsabilidade
que vou adquirindo para cuidar de mim reflete-se em cuidado, respeito e responsabilidade
com os grupos de que fizer parte.
Quando encontramos esse equilíbrio, tornamo-nos um elemento
libertador e sadio ao grupo, levamos a força criativa do indivíduo ao grupo
que, com riqueza e força, nos retroalimenta... Assim caminhamos, assim evoluímos...
Continua: Poder da Família
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