Tudo é uma
escolha! Preferir a Alegria à raiva, ao
mau humor à revanche... também é uma escolha.
Vivemos num mundo onde predominam a
competição, a luta, a necessidade de ser melhor/vencedor, de calar o outro, de
saber mais, de revidar, de se impor e impor ideias/atitudes, de tentar
convencer, de se isolar dos “outros”... São necessidades da guerra para sermos
vencedores a qualquer preço! Mas, que
preço estamos pagando por esse troféu?
Como guerreiros, vivemos atentos aos outros, precisando
mostrar força, disfarçar medos, confusões e dores, mostrando o rosto sério e
zangado com tudo e com todos os “errados”. Precisamos ter postura desafiante,
sempre prontos para o debate e para o
embate. Usamos a palavra (falada, cantada,escrita,
em redes, virtual...) para marcar territórios, posições, superioridade... (em
família ou quaisquer outros grupos). Usamos o esporte, não como forma de
admirarmos técnicas e curtirmos as possibilidades sadias do corpo, mas para
competir e derrotar, para extravasar raiva do adversário e aliviar o medo de
sermos nós os perdedores. Para isso, exaurimos nossos corpos ao absurdo,
buscando medalhas que nos garantam ter mais valor. Usamos os corpos e a sensualidade para
subjugar, para sentirmos poder e para, disfarçadamente, mendigarmos afeto...
Usamos as religiões para defender o deus melhor. “Nos” retroalimentamos e
adestramos para a luta contínua em filmes, livros, novelas, noticiários, até em
desenhos animados infantis! Mantemos
atitudes atentas e defensivas: punhos fechados e rostos com diferentes máscaras.
Aprendemos o riso de escárnio dos
vencedores e dos rivais, mas já não
conseguimos sorrir com ternura, com amizade, com leveza e cordialidade... Esse é o dilema de nosso mundo ainda dominado
pelo ego. Ego de pessoas, das facções, das nações... Ele parte, reparte,
separa, cria partidos para poder vencer.
Apesar de tudo, ou por conta de tudo que vivemos e sofremos
nesse modelo tão egoico, cada vez mais ansiamos por uma nutrição mais afetuosa
e espiritual. Somos seres instintivos e racionais, mas nossa dimensão de origem
é a Espiritual. Está despertando em
nós, cada vez com maior intensidade, a consciência de que somos seres
portadores de uma Centelha Divina , que necessita se nutrir de Amor. Amor que é
pacífico, que respeita as diferenças, que nos faz compassivos, generosos,
delicados, que nos leva a buscar sermos verdadeiros e justos, amor que nos leva
a relaxar, aceitar e sorrir...
Quero sair da luta, mas recaio tantas vezes! Quero ser leal
às minhas ideias e aos meus gostos, sem precisar estar reativa aos outros. Não
quero viver e conviver partida entre partidos e disputas (familiares,
religiosas, políticas ou de qualquer ordem). Quero apenas viver com mais
ternura, soltura, alegria... Quero estar atenta e com abertura de mente e
coração para descobrir e usufruir as qualidades, dons e razões dos outros, de
qualquer “lado”.
Esta escolha, como quaisquer outras escolhas, são
responsabilidades de cada um. Entendo que “surfar” meu momento com a alegria
que puder, num mar tão revolto como esse em que vivemos, é muito difícil! Requer paciência, boa vontade e aceitação de
mim mesma, desejo de ser feliz, para ir tentando, insistindo, não desanimando... Vale a pena, pelo desfrutar da leveza e da
serena Alegria de Ser.