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terça-feira, 10 de maio de 2016

ADOÇÕES




          Adotar é acolher, escolher para si, para sua vida, para sua história, para seu coração.. .uma ideia, um estilo, um animalzinho, um amigo, um companheiro, um filho...  Adotamos um filho na juventude ou na maturidade, acolhemos um filho no casamento ou fora dele, um filho de nossa linhagem familiar e sanguínea ou de qualquer outra origem...  Acolhemos um filho menino, jovem, adulto...  Acolhemos, independente de raças, de origem religiosa ou cultural. Apenas, escolhemos, acolhemos, adotamos... É uma atitude de entrega da nossa mente, do nosso coração...

            Quando adotamos alguém, estamos acolhendo um ser único no universo, de características únicas, de uma história única, que irá se entrelaçando com a nossa e criando novos capítulos para ambos. É importante, então, entender e respeitar sua individualidade, sua necessidade de trilhar seus próprios caminhos. A adoção, como uma relação de amor, não comporta segredos e mentiras, nem expectativas e cobranças.

            Relações tão intensas de amor não podem aceitar adjetivos que, na intensão de explicá-las, apenas as restringem e empobrecem:  filhos paridos, filhos trazidos por outros laços, filhos adotados...  E os que chegam em tempos tempestuosos, os filhos inoportunos? E os que chegam de fora, que chegam assustados e ressentidos, fragilizados destroços de naufrágios familiares? Nesses filhos, quanto medo, desamor, insegurança... muitas vezes sob máscaras de rebeldia ou indiferença? Quanto anseio de serem amados, aceitos e adotados por nossos corações, ainda que sejam anseios disfarçados ou até mesmo insuspeitados!  

 Na medida em que são realmente acolhidos e adotados por nosso amor, cria-se um vínculo que nos confere e reforça o sentimento de sermos pais e mães. E algumas vezes a Vida nos traz filhos, de sangue ou não, filhos que não adotamos em nosso coração. Perdemos, então, uma maravilhosa chance de amar, de construir laços que, para sempre, enriqueceriam nossas vidas. 

            Na verdade, necessitamos, todos, de dar e receber amor, de adotar e de nos sentirmos adotados. Que alegria, que sensação de aconchego e segurança, sentirmos que somos, realmente, adotados/aceitos por um grupo, por um irmão, por um companheiro, por nossos pais, por nossos filhos... E nos leva a pensar:  Por que essas pessoas?  Que contrato sagrado nos uniu? Que mistério nos encaminhou para esse Encontro?  É a partir de então que, realmente, teremos a oportunidade de aceitarmos, acolhermos, adotarmos, uns aos outros, construindo, a cada dia, vínculos de amor para o Sempre. 

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