A cada dia
que passa, vou conhecendo melhor esse meu ego teimoso. Ele mora em mim, na
minha mente, sabe das coisas que lhe foram ensinadas (e vivenciadas) através
dos tempos. Ele tem força, tenta controlar meus afetos e minha sombra, decide
sobre minhas máscaras, está sempre pronto para lutar em minha defesa! Ele acostumou-se a me comandar!
Ele se manteve à custa de crenças do
que seria melhor para mim nesse mundo onde eu precisava sobreviver e vencer.
Para isso, ele sempre me defendeu usando conceitos, preconceitos, atitudes,
aprendidos e/ou trazidos comigo na minha bagagem inconsciente. Bagagem sombria
que esconde orgulho, vaidade, prepotência, presunção, raiva, ressentimento,
anseios gorados... “Forças” que até eu desconheço, mas que, ainda assim, são
usados e vividos nas lutas do meu cotidiano.
Ele sempre foi coerente com o que
aprendeu e portanto me levava a buscar prestígio, valorização, poder... Dominar e não se deixar dominar, vencer e não
perder, ter razão, saber mais, não aceitar críticas, mesmo quando tudo
disfarçava. Meu ego mantém o olhar vigilante para julgar, condenar, comparar,
se defender ou revidar. Aprendeu a ser intolerante com quaisquer diferenças que
pudessem ameaçá-lo. Ele tanto lutou,
mas não me fez feliz! Com ele, tantas vezes venci, mas não era feliz!
Meu ego é bom de briga, mas não
quero mais brigar! Ele guarda segredos, que vou aos poucos descobrindo e
começando a encarar... Comecei a “ouvir” uma Outra Voz, que me sugere em vez de
comandar. Uma voz gentil, amorosa, que me mostra outras crenças, valores... Um
outro modo de Ser/Estar, sem ter que disputar e vencer. É uma Voz suave que chega ao meu ego e, sem
confrontá-lo, me sugere que será melhor sair desse carrossel de eternas lutas
e, com simplicidade e honestidade, poder fazer, livremente, minhas próprias
escolhas.
Comecei, então, uma verdadeira epopeia
para conhecer o que se mantém e o que se esconde atrás das muralhas do meu ego.
É preciso atenção paciente e cuidadosa, a cada momento, para entendê-lo e às
suas reações aprendidas, já automatizadas; atenção para não deixá-lo, ainda, me
dominar. Mas como esse meu ego é teimoso! Quando penso que já assimilei o
respeito, a tolerância, a verdade, a generosidade, a imparcialidade da justiça,
a compaixão... Quando me vejo defrontada com uma nova (ou velha) situação ou desafios...
Quando quero ter uma resposta mais amorosa, meu ego salta à frente e me vejo
brigando, discutindo, querendo dar o troco, pensando “bem feito!”, querendo
ganhar...
Quase desanimo, mas não quero
desistir! Se quiser ter uma relação melhor, mais leve e amorosa com o mundo,
preciso começar comigo mesma, com meu velho ego teimoso. Procuro entendê-lo
como a minha parte infantil e birrenta, como a minha parte adolescente que já tudo
sabe e como o meu adulto arrogante que tudo quer poder. Preciso ter paciência
(com firmeza) para acolhê-lo, segurá-lo, educá-lo, conversando, revendo
questões, para redirecioná-lo.
Acredito que nascemos e vivemos para
o aprendizado do Amor em todas as suas faces, porque isso é nos faz felizes e
cada vez mais livres. E é minha Dimensão Espiritual, essa minha Voz Interior
Original, que pode ser a mestra paciente desse meu ego teimoso!
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