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terça-feira, 21 de junho de 2016

ESSE MEU EGO TEIMOSO...




           A cada dia que passa, vou conhecendo melhor esse meu ego teimoso. Ele mora em mim, na minha mente, sabe das coisas que lhe foram ensinadas (e vivenciadas) através dos tempos. Ele tem força, tenta controlar meus afetos e minha sombra, decide sobre minhas máscaras, está sempre pronto para lutar em minha defesa!  Ele acostumou-se a me comandar!

            Ele se manteve à custa de crenças do que seria melhor para mim nesse mundo onde eu precisava sobreviver e vencer. Para isso, ele sempre me defendeu usando conceitos, preconceitos, atitudes, aprendidos e/ou trazidos comigo na minha bagagem inconsciente. Bagagem sombria que esconde orgulho, vaidade, prepotência, presunção, raiva, ressentimento, anseios gorados... “Forças” que até eu desconheço, mas que, ainda assim, são usados e vividos nas lutas do meu cotidiano.

            Ele sempre foi coerente com o que aprendeu e portanto me levava a buscar prestígio, valorização, poder...  Dominar e não se deixar dominar, vencer e não perder, ter razão, saber mais, não aceitar críticas, mesmo quando tudo disfarçava. Meu ego mantém o olhar vigilante para julgar, condenar, comparar, se defender ou revidar. Aprendeu a ser intolerante com quaisquer diferenças que pudessem ameaçá-lo.   Ele tanto lutou, mas não me fez feliz! Com ele, tantas vezes venci, mas não era feliz!

            Meu ego é bom de briga, mas não quero mais brigar! Ele guarda segredos, que vou aos poucos descobrindo e começando a encarar... Comecei a “ouvir” uma Outra Voz, que me sugere em vez de comandar. Uma voz gentil, amorosa, que me mostra outras crenças, valores... Um outro modo de Ser/Estar, sem ter que disputar e vencer.  É uma Voz suave que chega ao meu ego e, sem confrontá-lo, me sugere que será melhor sair desse carrossel de eternas lutas e, com simplicidade e honestidade, poder fazer, livremente, minhas próprias escolhas.

            Comecei, então, uma verdadeira epopeia para conhecer o que se mantém e o que se esconde atrás das muralhas do meu ego. É preciso atenção paciente e cuidadosa, a cada momento, para entendê-lo e às suas reações aprendidas, já automatizadas; atenção para não deixá-lo, ainda, me dominar. Mas como esse meu ego é teimoso! Quando penso que já assimilei o respeito, a tolerância, a verdade, a generosidade, a imparcialidade da justiça, a compaixão... Quando me vejo defrontada com uma nova (ou velha) situação ou desafios... Quando quero ter uma resposta mais amorosa, meu ego salta à frente e me vejo brigando, discutindo, querendo dar o troco, pensando “bem feito!”, querendo ganhar...

            Quase desanimo, mas não quero desistir! Se quiser ter uma relação melhor, mais leve e amorosa com o mundo, preciso começar comigo mesma, com meu velho ego teimoso. Procuro entendê-lo como a minha parte infantil e birrenta, como a minha parte adolescente que já tudo sabe e como o meu adulto arrogante que tudo quer poder. Preciso ter paciência (com firmeza) para acolhê-lo, segurá-lo, educá-lo, conversando, revendo questões, para redirecioná-lo.

            Acredito que nascemos e vivemos para o aprendizado do Amor em todas as suas faces, porque isso é nos faz felizes e cada vez mais livres. E é minha Dimensão Espiritual, essa minha Voz Interior Original, que pode ser a mestra paciente desse meu ego teimoso! 

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