Ansioso, cansado, magoado... eu me pergunto: Por que me dou
tanto assim? Por que faço questão de
estar sempre disponível aos desejos e necessidades daqueles que amo, dos meus
familiares, amigos... até de colegas? Para alguns, eu me esforço ainda mais... Nem
espero que me peçam! Já vou me oferecendo para servi-los. Sacrifico meu tempo,
meu descanso, minhas economias, minhas necessidades... Sacrifico muitas vezes
minhas relações mais antigas, básicas, tão importantes, magoando-as, no afã de
me doar ainda mais a outras.
Por que me dou tanto assim?
Quanto de insegurança existe em mim?
Quanto de medo, de vergonha, de auto imagem baixa, de culpas, de
carência de valorização e afetividade, de busca de auto afirmação... se
misturam nessa necessidade de doação exagerada?
“Tudo arrebenta nas minhas costas!”...
Assim eu me queixo, mas eu gosto, eu preciso que precisem de mim!
Na verdade, eu espero, mesmo sem dizer, ou perceber, que
reconheçam minha boa vontade, meus sacrifícios... Que reconheçam como sou
legal, bom, gentil, imprescindível... E quando isso não acontece, na forma ou
com a intensidade que esperava, fico muito frustrado, magoado... com a mesma
intensidade com que me doei. Mas, na
maioria das vezes, continuo a esperar que reconheçam meu valor e enquanto isso,
vou esforçando-me mais e mais...
Eu ainda não entendi que, antes de buscar ser aceito, amado
e valorizado pelos outros, preciso me cuidar, me respeitar, me valorizar.. Preciso ser minha prioridade. Preciso
avaliar o nível de sacrifício a que me
imponho, se for apenas para servir e agradar aos outros. Posso escolher grandes e continuados
sacrifícios que sirvam a causas muito
justas ou de grande necessidade. Essa deve ser uma escolha que faço como parceria,
para atender minha generosidade, solidariedade... Os pequenos e eventuais sacrifícios para
colaboração, por gentileza e com alegria, são respeitosos comigo, gentis com os
outros e estreitam as relações com quem amamos... e até com estranhos!
Nas relações, o amor também é demonstrado e nutrido por
pequenas trocas e doações afetivas e efetivas. Mas a primeira relação a ser
cuidada é conosco mesmos e esse amor
começa em mim para que, então, nutridos e saciados, possamos nos sentir
generosos e solidários, sabedores do amor que levamos, sem expectativas, sem
cobranças, sem vitimação – Amor de pura e gostosa doação.
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