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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

POR QUE ME DOU TANTO ASSIM ?



         Ansioso, cansado, magoado... eu me pergunto: Por que me dou tanto assim?  Por que faço questão de estar sempre disponível aos desejos e necessidades daqueles que amo, dos meus familiares, amigos... até de colegas?  Para alguns, eu me esforço ainda mais... Nem espero que me peçam! Já vou me oferecendo para servi-los. Sacrifico meu tempo, meu descanso, minhas economias, minhas necessidades... Sacrifico muitas vezes minhas relações mais antigas, básicas, tão importantes, magoando-as, no afã de me doar ainda mais a outras.

           Por que me dou tanto assim?  Quanto de insegurança existe em mim?  Quanto de medo, de vergonha, de auto imagem baixa, de culpas, de carência de valorização e afetividade, de busca de auto afirmação... se misturam nessa necessidade de doação exagerada?  “Tudo arrebenta nas minhas costas!”...  Assim eu me queixo, mas eu gosto, eu preciso que precisem de mim! 

           Na verdade, eu espero, mesmo sem dizer, ou perceber, que reconheçam minha boa vontade, meus sacrifícios... Que reconheçam como sou legal, bom, gentil, imprescindível... E quando isso não acontece, na forma ou com a intensidade que esperava, fico muito frustrado, magoado... com a mesma intensidade com que me doei.  Mas, na maioria das vezes, continuo a esperar que reconheçam meu valor e enquanto isso, vou esforçando-me mais e mais...

           Eu ainda não entendi que, antes de buscar ser aceito, amado e valorizado pelos outros, preciso me cuidar, me respeitar, me valorizar.. Preciso ser minha prioridade. Preciso avaliar o  nível de sacrifício a que me imponho, se for apenas para servir e agradar aos outros.   Posso escolher grandes e continuados sacrifícios que  sirvam a causas muito justas ou de grande necessidade. Essa deve ser uma escolha que faço como parceria, para atender minha generosidade, solidariedade...  Os pequenos e eventuais sacrifícios para colaboração, por gentileza e com alegria, são respeitosos comigo, gentis com os outros e estreitam as relações com quem amamos... e até com estranhos!

          Nas relações, o amor também é demonstrado e nutrido por pequenas trocas e doações afetivas e efetivas. Mas a primeira relação a ser cuidada é conosco mesmos e esse amor começa em mim para que, então, nutridos e saciados, possamos nos sentir generosos e solidários, sabedores do amor que levamos, sem expectativas, sem cobranças, sem vitimação – Amor de pura e gostosa doação.

        “Ensino, ensino... até que um dia eu aprendo!”

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