Hoje sei que o Amor se revela, sempre, no carinho. Mas nosso Amor Maior, aos nossos
filhos, muitas vezes não se revelou no carinho! Ele ficou escondido pela
seriedade, pela necessidade de nos mostrarmos muito sérios, querendo acertar na
“missão sagrada” de moldar, cinzelar, corrigir, salvar, resgatar... cada um dos filhos tão amados!
Tínhamos tanto medo de falhar e talvez perdê-los, que, muitas vezes, tentamos
esconder nossos sentimentos, nossa insegurança, nossa humanidade tão agoniada e
real, com uma armadura séria, severa, zangada, até distante. Permitimos que uma visão deturpada e
assustadora de nossos papéis, abafasse o carinho
e a ternura da mãe ou do pai. E,
mesmo nesses momentos, tudo que queríamos era abraçá-los e sussurrarmos todo
nosso amor!
Quando eram pequeninos era tão fácil! Depois foram
crescendo, saindo do colo, tendo suas próprias vontades e, mais tarde ainda, na
adolescência, teimando, nos desafiando... Assustada, acreditei que precisava ser mais severa, mais séria,
aparentando zanga e frieza. Queria tanto
lhes dar valores legais para a vida, mas acabava sempre os apresentando em
forma de sermão repetitivo, enfadonho, sempre cobrando... Não
sabia ser firme sem tanta seriedade, não
sabia ser firme com brandura, com ternura! Agia como juiz e fazia assim vocês se sentirem
pequenos, “pecadores”, por suas transgressões, grandes ou pequenas. Nossa comunicação aos poucos foi ficando
cheia de “estática”, de reclamações, de não ditos, sem nos ouvirmos, com vocês
fugindo de um “papo” de final já
conhecido.Não sabia educar com
carinho com tranquilidade e firmeza! Hoje sei que quanto mais eu me repetia, até gritava
ou criticava, eu escondia um medo enorme de falhar com vocês!
Vocês sobreviveram às minhas falhas! Acredito que nosso amor sobreviveu porque o que nos unia foi mais forte que meus desacertos de mãe( ou pai) desastrada, mal orientada, e de seus tropeços de meninos e jovens. Hoje, apesar de não mais termos um convívio cotidiano, de vocês já serem adultos, eu busco chegar mais juntinho de vocês, com mais alegria e carinho... Mesmo com tanto atraso e ainda com muita dificuldade, hoje tento ouvi-los e conversar gentilmente, “sem discursos”, sem críticas, sem cobranças.
Vocês sobreviveram às minhas falhas! Acredito que nosso amor sobreviveu porque o que nos unia foi mais forte que meus desacertos de mãe( ou pai) desastrada, mal orientada, e de seus tropeços de meninos e jovens. Hoje, apesar de não mais termos um convívio cotidiano, de vocês já serem adultos, eu busco chegar mais juntinho de vocês, com mais alegria e carinho... Mesmo com tanto atraso e ainda com muita dificuldade, hoje tento ouvi-los e conversar gentilmente, “sem discursos”, sem críticas, sem cobranças.
Hoje, entendo minha mãe, também tão séria e à vezes parecendo tão distante e áspera. Era o modelo... Hoje, ao relembrar, eu choro pelos carinhos perdidos no tempo, principalmente os carinhos que não posso mais dar àqueles meus amores que já se foram e aos quais só posso abraçar em oração. Tento me explicar aos meus filhos, hoje pais jovens, e lhes dizer que vale a pena aprender a estabelecer limites firmes e claros, a dizer sim e não com honestidade, sem medo... A educar e orientar, sem abrir mão do carinho, para que possam, juntos, brincar, rir, conversar, aprender, ensinar, se respeitar... com toda a ternura que o amor revela.
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