Embora únicos em nossa individualidade, temos em comum nossa
humanidade! De dentro de nossa
unicidade, procuramos, em alguns momentos de nossa vida, doídos e desesperados,
quem possa nos “entender”. Sabemos que todos sorriem e todos sofrem, mas nos
sentimos, às vezes, sozinhos e abandonados enquanto procuramos quem possa estar
mais próximo de nossos sentimentos, juntinho a nós naquela experiência pela
qual passamos, e que nos faz tanto sofrer.
Na dor, na confusão, nos desafios em nosso caminho, queremos
ser “entendidos”, procuramos nossos
“iguais” naquelas questões, naquelas provas e provações. Procuramos quem possa
se identificar um pouco mais com nosso momento. E sufocamos um grito então,
agoniados, buscando quem pode me
“entender”!
Quem pode “entender” a dor, o horror, a confusão e o
desespero de perder um filho? Quem pode realmente saber, sentir e “entender”
a agonia sem fim de sofrer com a loucura da convivência com um dependente químico na ativa? Quem pode “entender”
a dor do próprio dependente químico, aprisionado em seu horror? Quem pode
“entender” o desespero de nos defrontarmos com nossa impotência perante aqueles
que amamos? Quem pode “entender” a dor dos humilhados,
dos abandonados, dos traídos, dos discriminados, pela raça, pelo sexo, pelo
poder... Como saber a dor dos que são
forçados a abandonar sua terra e são escorraçados em outros lugares? Quem pode
“entender” a prisão de nossas compulsões, depressões, dependências de toda
sorte... Quem pode “entender” a confusão em nossos desequilíbrios, o medo da
nossa sombra tão escondida, os nossos tão diversos medos... Quem pode
“entender” os tantos aspectos de nossa humanidade à prova? Só aqueles que
passam pelas mesmas provas....
Na verdade, não basta que muitos nos entendam com todo amor
e boa vontade, que tentem imaginar nossos desafios e que nos respeitem... Eles não podem medir ou comparar o sacrifício
e a dor de cada um de nós. Jamais sentiremos ou saberemos exatamente quem é o
Outro, mas o que queremos e precisamos, é buscar a proximidade maior possível
com a humanidade do Outro. Procuramos nossos “iguais”, porque precisamos
compartilhar nosso mundo interior com quem mais se identifique conosco, com
nossa experiências, perdas, dores e vergonhas... e que caminhando conosco,
restaurem nossas esperanças e forças para seguir adiante.
Na verdade, buscamos especiais companheiros de humanidade.
Companheiros que foram chamados e reunidos pela ânsia de ver acolhida e
“entendida” sua dor e pelo anseio de uma libertação interior. Nesse aspecto é uma
companhia diferente dos amores da família, dos colegas e amigos do mundo... Talvez por isso, cada vez mais, procuremos
estar juntos em grupos de nossos iguais e
cada vez mais se formem novos e variados grupos, que se identificam
conforme esses anseios.
Procure um grupo de “iguais ; grupos que acolhem
sua dor e garantem seu anonimato. Grupos de companheiros que podem “nos entender” Entre os Grupos Anônimos
há “Iguais” de toda espécie! AA, NA, JCA,
NA, NARANON, ALANON, DASA, MADA, e tantos mais...