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sábado, 23 de fevereiro de 2019

QUEM PODE ME “ENTENDER” ?



           Embora únicos em nossa individualidade, temos em comum nossa humanidade!  De dentro de nossa unicidade, procuramos, em alguns momentos de nossa vida, doídos e desesperados, quem possa nos “entender”. Sabemos que todos sorriem e todos sofrem, mas nos sentimos, às vezes, sozinhos e abandonados enquanto procuramos quem possa estar mais próximo de nossos sentimentos, juntinho a nós naquela experiência pela qual passamos, e que nos faz tanto sofrer.
            Na dor, na confusão, nos desafios em nosso caminho, queremos  ser “entendidos”, procuramos nossos “iguais” naquelas questões, naquelas provas e provações. Procuramos quem possa se identificar um pouco mais com nosso momento. E sufocamos um grito então, agoniados, buscando quem pode me “entender”!
           Quem pode “entender” a dor, o horror, a confusão e o desespero de perder um filho?       Quem pode realmente saber, sentir e “entender” a agonia sem fim de sofrer com a loucura da convivência  com um dependente químico na ativa? Quem pode “entender” a dor do próprio dependente químico, aprisionado em seu horror? Quem pode “entender” o desespero de nos defrontarmos com nossa impotência perante aqueles que  amamos?  Quem pode “entender” a dor dos humilhados, dos abandonados, dos traídos, dos discriminados, pela raça, pelo sexo, pelo poder...  Como saber a dor dos que são forçados a abandonar sua terra e são escorraçados em outros lugares? Quem pode “entender” a prisão de nossas compulsões, depressões, dependências de toda sorte... Quem pode “entender” a confusão em nossos desequilíbrios, o medo da nossa sombra tão escondida, os nossos tão diversos medos... Quem pode “entender” os tantos aspectos de nossa humanidade à prova? Só aqueles que passam pelas mesmas provas....
           Na verdade, não basta que muitos nos entendam com todo amor e boa vontade, que tentem imaginar nossos desafios e que nos respeitem...  Eles não podem medir ou comparar o sacrifício e a dor de cada um de nós. Jamais sentiremos ou saberemos exatamente quem é o Outro, mas o que queremos e precisamos, é buscar a proximidade maior possível com a humanidade do Outro. Procuramos nossos “iguais”, porque precisamos compartilhar nosso mundo interior com quem mais se identifique conosco, com nossa experiências, perdas, dores e vergonhas... e que caminhando conosco, restaurem nossas esperanças e forças para seguir adiante.
           Na verdade, buscamos especiais companheiros de humanidade. Companheiros que foram chamados e reunidos pela ânsia de ver acolhida e “entendida” sua dor e pelo anseio de uma libertação interior. Nesse aspecto é uma companhia diferente dos amores da família, dos colegas e amigos do mundo...  Talvez por isso, cada vez mais, procuremos estar juntos em grupos de nossos iguais e  cada vez mais se formem novos e variados grupos, que se identificam conforme esses anseios. 
             Procure um grupo de “iguais ; grupos que acolhem sua dor e  garantem seu anonimato.  Grupos de companheiros que podem “nos entender” Entre os Grupos Anônimos há “Iguais” de toda espécie!  AA, NA, JCA, NA, NARANON, ALANON, DASA, MADA, e tantos mais...


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