No início o horror, a “punhalada”, a agressão que parece nos
matar! Doemos, sangramos, perdemos as
forças, a vontade de viver, de continuar...
E agora? Só a dor, sem perspectivas de vida. Só um arrastar de dias, de horas,
do tempo... Às vezes nos perguntamos: Por que? Mas em meio a tanta dor
e estrago, isso já nem faz tanta
diferença ...
Com o passar do tempo, a vida nos empurra e continuamos... Robôs
sem alegria, marionetes do cotidiano, sem escolhas, continuando a caminhar... E esse mesmo passar do tempo vai nos
anestesiando e nos enchendo de culpa por continuar. Aquela “punhalada” mortal até parece mentira,
uma fantasia maligna. Enganosamente, tudo vai ficando distanciado... A ferida
parece até quase cicatrizada!
Mas não se engane, ela não está curada, jamais estará,
definitivamente, fechada e curada! Num
momento, uma simples lembrança, um detalhe qualquer, pequenino, perdido no
tempo... e tudo se abre, sangramos de novo, com a mesma força original.
A ferida em nossa alma pela perda de alguém muito querido,
especialmente de um jovem ou uma criança, de um filho ou um neto, é profunda
demais para ter cura. Ela atravessa toda essa vida e até outras... Foi marcada a ferro e fogo em nosso
psiquismo consciente e inconsciente, está emaranhada e entranhada em nosso
mundo interior.
Quando olharmos para alguém marcado por essa perda, Atenção!
Cuidado! Esse alguém está trincado,
rachado, como um cristal, que, a qualquer toque, sente seu coração despedaçar !
Tenha respeito e compaixão, ajude-o a caminhar.
Só mesmo o desígnio
de um Poder Maior de Sabedoria e Amor pôde decidir por um desafio desses em
nosso caminho, garantindo-nos, certamente, a força para continuarmos e nos
desejando humildade para com ele
escolhermos crescer.
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