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terça-feira, 27 de agosto de 2019

A VERDADE




          “... E a Verdade vos libertará! “  A Verdade é uma das  necessidades mais altas de nós, Seres Humanos e Espirituais. Nessa “aventura” aqui e agora, necessitamos de alimentos físicos, primários, materiais, mas nossa principal nutrição ainda é a Espiritual.
         A Verdade nos levará à Liberdade, também ela, uma de nossas necessidades mais altas, como a Justiça, a Compaixão, Generosidade, a Gentileza, a Beleza, a Alegria.... No entanto, vivemos subnutridos espiritualmente porque a Verdade muito nos amedronta! Como a distorcemos, a fantasiamos e a negamos!  Tentamos incorporá-la à nossa vida através da Honestidade, mas como nos é difícil sermos honestos! Tentamos exercê-la no mundo material porque nos parece mais fácil: aprendemos e ensinamos a respeitar bens materiais uns dos outros, mas se não o fazemos, fugimos de encarara verdade de nossos erros.
Em nossas relações afetivas é ainda mais difícil ser verdadeiro; dizer realmente quem somos, o que pensamos, o que sentimos, o que escondemos de nossas atitudes. Temos muito medo que, se aparecer a Verdade, percamos o amor e o apresso das pessoas. Assim, negamos a Verdade uns aos outros, fingindo, traindo, mentindo, omitindo...  e nos escondemos, mas somos prisioneiros do medo da rejeição e do abandono... Negamos tudo que somos, nos negamos ...  Permanecemos prisioneiros, dentro das máscaras e das embalagens bonitas que criamos e que nos mantêm ligados muito superficialmente. Tentamos nos consolar com a desculpa que a verdade poderia magoar, mas na verdade, por medo, estamos tentando controlar uns aos outros, suas reações, suas escolhas, suas vidas...    E a Verdade na relação conosco mesmos? Criamos uma fantasia para os outros e também para nós! O medo nos mantém prisioneiros da ilusão de quem não somos!
A Libertação pela Verdade começa em mim! Primeiro, preciso nutrir a mim mesmo com alimentos espirituais como Paciência, Compaixão, Aceitação...  Então, sinto Coragem necessária para, com Honestidade, ir levantando a máscara que me abafa para poder enxergar, cuidar e valorizar a pessoa única que sou. Primeiro Eu, depois, mais fortalecido, vou me revelando aos outros e, então, poderei enriquecer minhas relações. A Verdade tem luz própria para iluminar meu caminho e dar força para me fazer caminhar. Um dia de cada vez, a Verdade vai fazendo parte de mim e vou saboreando, desfrutando e me nutrindo com a Liberdade de ser quem sou, de dizer quem sou! 

Bem que já nos foi dito ”..e a Verdade vos Libertará”   


terça-feira, 20 de agosto de 2019

TODAS AS RELAÇÕES DERAM CERTO !



         Relações que se acabam... Elas deram errado? Iniciamos uma relação (qualquer relação) desejando e sonhando que elas “darão certo”, que o tempo nos congelará no que é bom e, assim, seremos felizes para sempre. Vemos, então, as relações como possibilidade de puro deleite.
         Mas isso não acontece! Através do tempo, elas se modificam, se desgastam e até se acabam! Se elas deram errado, quem foi o vilão? E quem foi o mocinho? Sofridos pela dor da saudade, da separação, da perda dos sonhos e fantasias, nossa percepção se distorce com a mágoa, a raiva, a frustração, a culpa, a vergonha... Remoemos e revivemos infinitas vezes nossa história, sempre com um mesmo vilão – eu ou, quase sempre, o Outro.
 Prometemos a nós mesmos buscarmos novas relações, mas com as premissas antigas e fixados pelo mesmo olhar, as relações poderão ser novas? É importante nos darmos um tempo para podermos rever nas relações antigas os nossos papéis e atitudes. É importante aceitar que todos fomos o que conseguimos ser, para o bem ou para o mal.  É importante ir revendo e revisando com mais maturidade as nossas histórias para não ficarmos aprisionados no passado, repetindo sempre, com amargura e ressentimento, “Não deu certo”!
         Na verdade, conforme nos convida E. Dufaux para reflexão, tudo deu certo, porque cada encontro e relação que tivemos cumpriu sua função em nosso caminhar. Olhando para mim (e não para o Outro), cada relação me fez amar, sonhar, desiludir, sorrir, sofrer e... ressignificar o Amor. Na dor, descobrimos aspectos escondidos de nossas crenças, de nossos sentimentos, de nossas atitudes. Só na relação com o Outro poderemos ver claramente, sem martírio, como somos ou como fomos.
         Não posso voltar ao passado e modificá-lo! Não poderei modificar meus eventuais parceiros ou amores de qualquer tipo, mas poderei entrar em novas relações com um maior conhecimento de mim mesmo, do que quero e do que posso, e com respeito ao mistério que é o Outro.
         Se estivermos abertos, despertos, atentos... poderemos agradecer àqueles que contracenaram conosco (bem ou mal), entendendo que tudo sempre “deu certo” obedecendo ao propósito maior de Deus para nosso crescimento.    

terça-feira, 13 de agosto de 2019

QUANDO EU CHEGUEI...



Quando, finalmente, chegamos a um Grupo de apoio, estávamos, na verdade,  chegando de uma longa e terrível caminhada! Caminhada de muita luta em defesa do que acreditávamos ser nosso papel na vida uns dos outros: pais que deveriam ser perfeitos em conduzir filhos, filhos que deveriam atender às expectativas dos pais e ser dóceis repetidores de seus modelos familiares, companheiros e amantes que deveriam fazer a eterna satisfação e  felicidade de seus pares...  E ainda, atender às expectativas de nós mesmos, e de todos, para sermos valorizados e amados.   Se falhássemos era a derrota, a vergonha, a culpa... Era, também, a uma caminhada que se transformara numa luta mortal com as dependências físicas, emocionais e mentais que nos obcecavam e acorrentavam.
Quanta dor nessa luta ao tentarmos o impossível: Ser livres e ao mesmo tempo atender (e controlar) os desejos e fantasias uns dos outros. Usamos de todas as armas – cobranças, concessões absurdas, mentiras, manipulações, agressões de todo tipo, punições, auto punições...  O cansaço e o desespero nos levaram a desequilíbrios em todos os nossos níveis, inclusive a fugas químicas, e daí a dependências físicas, emocionais e mentais ainda maiores... Lutando por buscar fora de nós e/ou nos outros, o prazer, o sentido de nossas vidas e nossa felicidade, tínhamos, na verdade, perdido o controle de nós mesmos!  Éramos uma nave à deriva, descontrolada, desnutrida, humilhada, desesperançada... Querendo ser livres, amados e amantes, nos vimos prisioneiros numa luta sem fim...
Então, um dia, pela Graça de Deus, e com nosso orgulho “amaciado” pela dor, chegamos a um Grupo de Mútua Ajuda de 12 Passos. Lá, fomos acolhidos e recebemos carinho, respeito, valorização.   Pudemos “baixar a guarda”, depor armas, porque estávamos entre iguais, em dor e propósito. Pudemos ouvir, então, que não éramos incompetentes na vida, mas sim impotentes para enfrentar a doença química ou para modificar as pessoas. E toda nossa atenção e cuidado, deveríamos ter com a única pessoa sobre qual tínhamos  poder e responsabilidade – nós mesmos. Era uma mudança radical de foco! Em vez de tentar ser aceito e controlar o de fora, deveríamos ter uma nova escuta e um atento olhar interior – Primeiro EU!  Tudo era novo e precisamos de Mente e Coração Abertos para apreciar aquele banquete libertador que nos era oferecido!
Esse era um banquete espiritual! Um Poder Superior de Pura Sabedoria e Amor se fazia presente entre nós na compaixão, na honestidade, no respeito, na cooperação, gentileza, na aceitação, na paciência, na alegria... E a cada reunião éramos assim nutridos em nossa dimensão espiritual! E a cada reunião fomos aprendendo a conhecer nosso ego mal ensinado, para poder ir educando-o à luz da espiritualidade, para poder ir libertando-nos das cadeias do orgulho, da raiva, do ressentimento ... Para irmos  transformando toda nossa dolorosa humilhação em serena humildade...
Foi assim quando eu cheguei! É assim, ainda, UM Dia de Cada Vez!. Caminhamos, em eterna recuperação e libertação de nós mesmos, num maravilhoso processo, rumo ao melhor!