Talvez seja a maior dor que experimentamos como
individualidades únicas, mas que tanto necessitam de aceitação, de valorização
e de se sentirem especiais pelas pessoas ou pelos grupos onde estiverem. É tão
intensa essa dor que foi estudada por médicos/universidades. Ela nos “queima” no
peito, nos derruba, nos desequilibra física e emocionalmente.
A dor ácida e rascante da rejeição, muitas vezes aumentada
por um sentimento de traição e de se ver preterido, traz, também, muita mágoa,
raiva, vergonha, vontade de revide... Ela pode nos tornar submissos pela
carência, pela vergonha, ou então, amargos, críticos, agressivos...
Na infância, quando nos sentíamos continuamente rejeitados e
não o bastante acolhidos e valorizados como necessitávamos, deformamos, muitas
vezes, a construção de nossa auto estima, distorcemos imagem de quem somos, do
que podemos.
Na vida adulta a rejeição amorosa, e até a profissional, estilhaça
nossa auto confiança, nossa auto imagem, nossa segurança pessoal, e passamos a nos
perceber sem valor, indignos, incompetentes...
Em ambos os casos, podemos tornarmo-nos muito inseguros,
arredios, fechados, com dificuldade de estabelecer novos vínculos afetivos e
profissionais, desconfiados das pessoas e de nós mesmos, com um sentimento de
incompetência e um medo imenso de sofrermos novas rejeições.
E a rejeição social, quase sempre baseada nas diferenças
entre grupos ou em atitudes pessoais não aceitas socialmente, nos envergonham,
humilham, nos excluem e nos tornam desconfiados, defensivos/agressivos.
Em algum momento de nossas vidas, todos iremos experimentar algum
tipo, ou intensidade, de rejeição, até porque criamos expectativas ideais de
amor e valorização. Fantasiamos de forma irreal a vida, as nossas relações e as
pessoas que amamos. Entramos nas relações de peito aberto, mas com uma
percepção fora da realidade das possibilidades, ou dos desejos, dos Outros para
atender nossos sonhos e expectativas.
A cura para nossa auto imagem agredida e tão deformada pela
rejeição, a cura para nossos sentimentos tão massacrados, poderá ir iniciando-se
pelo entendimento dessas nossas expectativas irreais sobre o Outro, qualquer Outro.
Seres humanos falham/traem, tantas vezes são cruéis, fazem escolhas diferentes
de nossos desejos, não se enquadram em sonhos alheios.
Como precisamos todos de amor, cuidados e
valorização, devemos encontrá-los, antes de tudo, em nós mesmos. Esqueça o
Mundo! Preciso ter paciência, compaixão
e carinho com uma Dor que só eu, a pessoa única que sou, posso avaliar. A auto
aceitação, o auto encorajamento e auto valorização, perseverantes e contínuos, irão,
um dia de cada vez desenvolvendo, ou nos devolvendo, a auto confiança perdida e a
alegria de SER ...
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