Ainda nos
entregamos, a princípio, a um amor de fantasia. Amores idealizados por nossas
carências e por nossas crenças. Amores totais, amores perfeitos, amores eternos
a que nos apegamos possessivamente: meus filhos adorados, meus
pais tão queridos, meus companheiros apaixonados, meus familiares,
meus amigos... Queremos segurar, prender, não perder!
Temos ciúme,
amamos com um eterno medo de perder, porque “não podemos viver sem eles”!
Queremos, então, dirigir, controlar... Criticamos, cobramos, ficamos agressivos,
impacientes, até grosseiros, com aqueles que tanto amamos, e eles também
conosco! Com o tempo, já não nos
escutamos! Cada vez menos nos abraçamos! Defensivos, magoados, já não estamos
tão abertos e sensíveis às angústias, medos, agonias e carências uns dos
outros! Ainda apegados e possessivos,
mas tristes, isolados e carentes, descobrimos que precisamos é de um amor
amigo!
Precisamos
de um amor que nos acolha, nos escute (sem orientações), que seja paciente e nos
aceite pelo que ainda somos e nos encoraje e seja generoso conosco por tudo que
ainda não somos. Um amor que nos inspire confiança porque seja honesto, franco
e firme com nossos tropeços, sem, contudo, perder a gentileza e ternura. Um
amor que tenha empatia e compaixão com nossos momentos de dor e fraqueza. Um
amor de prontidão e carinho, que se revela través de atenção, de um toque, de
um sorriso... e nos traga companhia e alegria à vida!
Hoje,
o grande e contínuo desafio para mim, em minhas relações amorosas, é a transformação
de minhas atitudes e pensamentos possessivos, apegados, desrespeitosos,
sufocantes, em um Amor simples, doce e que nos liberta. Olhando para as pessoas mais queridas e
significativas de minha vida, aquelas que mais amo, eu estou sempre me perguntando:
Eu sou amiga de vocês? Porque, afinal, o Amor é Amigo!