As crises nos chegam com os novos desafios com que nos
defrontamos. Elas se apresentam quando somos impactados com o “novo” em nossas
relações com o mundo, com nosso corpo, com nossas crenças/certezas. Algumas situações são novas, de perdas e
ganhos, como falências/heranças, doenças, nascimentos e mortes... Elas nos solicitam atenção, flexibilidade,
adaptação à nova realidade. Mas outras, estão há muito anunciadas, apenas se
repetindo, aumentando de intensidade, empurradas pela nossa dificuldade de
tomar atitudes, de abandonar sonhos e encarar a realidade, de estabelecer
limites, de procurar novas soluções...
É importante
analisar as crises que nos envolvem, entender nosso papel nelas, em vez de agirmos
de modo irrefletido, como uma folha solta na tempestade, reagindo
emocionalmente, nos defendendo e atacando ou fugindo para o conforto do conhecido,
rezando para tudo se acomodar... aguardando uma próxima “onda”.
Nessa
repetição tão doída, que tanto nos machuca, podemos, com um mínimo de
distanciamento, observar... Como cada um de nós reage? É uma surpresa ou nos
faz entender melhor quem somos nas relações? Como cada um de nós reage ao medo
que as crises detonam em nós? Somos ansiosos, agressivos, omissos, lamurientos,
acusadores? Tomamos partido, incitamos uns aos outros à luta, buscamos
apaziguar para buscar soluções possíveis ou tentamos, apenas e sempre,
minimizar comportamentos inaceitáveis? Cedemos, finalmente, de qualquer forma,
para evitar qualquer tipo de mudança de atitudes?...
Quando consigo
guardar algum distanciamento emocional e observar, aprendo sobre os outros e,
principalmente, sobre mim. Como Eu estou nas minhas crises? Sem me acusar ou
brigar comigo, posso me observar - Por que reajo assim? O que me move ou
paralisa? Os meus porquês...
Não posso
saber totalmente sobre os outros, nem modificá-los, mas posso ficar um pouco mais
consciente nas situações de crises que nos envolvam e que, provavelmente, se
repetirão. As crises funcionam como um
“sacode” para nos fazer sair do conforto de nossas “certezas” ou da agonia e
cegueira de nossos medos. Elas tentam nos fazer “pegar no tranco”. Melhor
estarmos atentos, com cabeça e coração abertos, para agirmos de modo mais amadurecido e mais assertivo,
com os outros e conosco mesmos...
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