A GRATIDÃO não é apenas um conceito sério, respeitável, uma
exigência de nossa mente racional e consciente. Não é apenas a consequência de
nosso senso de justiça, de reconhecimento à Deus e às pessoas por ganhos que
tenhamos recebido ou por perdas não sofridas.
Essa é uma gratidão do Ego, mental, racional, aprendida,
cobrada e até, muitas vezes, negociada. É uma gratidão que nasce do
reconhecimento do quanto que ganhamos ou do que nos livramos em comparação com
outras pessoas. É uma gratidão que nos faz agradecer, embora continuemos a nos
comparar e continuemos ligados ao que nos falta, ao que tememos, ao que ainda
não recebemos. É um agradecimento reconhecido, sério, honesto... mas sem sabor,
como tudo que é racional.
Podemos, no entanto, usufruir
do sabor e deleite da Gratidão Sentida, vivenciada a cada lembrança do que
recebemos das pessoas, da Vida/dos viventes e de Deus. Gratidão por acharmos
“uma saída”, por aceitarmos o que a Vida nos oferece como saída; Gratidão pela boa vontade e generosidade de
quem nos ouve e acolhe; Gratidão ao
reviver continuamente a alegria de receber o que, espontaneamente, nos foi
oferecido; por estarmos aprendendo a amplitude dessa Gratidão com a alegria da
aceitação do que recebemos, sem comparações, de peito aberto, sem avaliações; por
reconhecer os ganhos, mas também por entendermos os outros ganhos oferecidos e
escondidos nas perdas...
Essa Gratidão, essa
alegria, é contínua e nos leva aos Outros e a Deus. Ela nos faz sentir
acolhidos, irmanados, sem solidão... Na dor das perdas, temos ainda mais a
“necessidade” de chegar, de agradecer, de pensar nos ganhos já recebidos através
de doces lembranças de palavras e gestos
de carinho...
Essa Gratidão que nos inunda
de alegria e consolação, que nos leva a um estado de graça... é uma das
expressões mais altas do Amor.
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