Tudo é movimento e mudança à minha volta! Mesmo “isolados”,
estamos envolvidos pelo mundo à nossa volta! Mesmo longe, ansiamos pelo mundo,
buscamos notícias, damos palpites, julgamos, tentamos orientar e controlar. Mas,
notícias, novidades, nos assustam, porque sacodem nosso mundo interior. Detonam,
ainda mais, nossos medos, derrubam ou reativam expectativas, lembranças,
revolvem nossos sentimentos...
Nossa “zona
de conforto”, mesmo quando estamos em meio a dificuldades, é a zona interior
onde tudo está arrumado ao nosso modo. Mexer nela é criar turbilhões em nossos
pensamentos e sentimentos. Esses turbilhões são as mudanças, que nos empurram
para o objetivo da vida: Crescer! Confortavelmente estagnados, cheios de
certezas, tudo “arrumado”, aí ficaríamos acomodados. (mas a Preguiça, “pecado
capital” assim alimentado, é nociva, porque nos leva à paralização, à morte)...
Nossas
relações com o mundo é que vão nos sacudir e chamar para a vida – a vida
interior. O mundo roda, mudam as pessoas à nossa volta, as pessoas mudam, mudam
nossas percepções sobre as pessoas e as percepções delas sobre nós. Tudo muda
como num caleidoscópio incrível, de movimento incessante. Mas, o que importa é – E EU ? Como
estou , nesses descobrimentos...
Não quero me
perder de vista! Nas relações mais próximas, mais íntimas (ou não), quando sou
confrontada em minha “zona de conforto”, preciso observar os meus sentimentos, aqueles que afloram: susto, raiva, incredulidade,
desencanto, mágoa, medo... E o que
acredito ser o mais importante: Por que tenho esses sentimentos em
resposta às atitudes dos outros, próximos ou não? Esses sentimentos vieram de
quais crenças ou certezas, de quais fantasias ou desejos, em resposta a quais
carências afetivas minhas?
O mundo
continuará a rodar, as pessoas a mudar... e eu também, nesse movimento
incessante e transformador. É importante desistir de ficar olhando, julgando,
chorando e brigando com o que se passa fora de mim. Preciso, sim, estar atenta
a mim, tentar me entender, entender a raiz dos meus sentimentos, crenças e
fantasias, antes e agora, para não ficar perdida, desorientada, como uma folha
na tempestade.