O momento atual nos confronta, de modo concreto, material,
com a estranheza do frio e desumano - isolamento. Somos seres grupais.
Necessitamos de nos vermos, tocarmos, compartilharmos, imitarmos,
competirmos... para aprendermos, para
desabrocharmos, para evoluirmos, para
nos sentirmos pertencendo à nossa espécie - vivos, atuantes.
Na verdade, o
tempo todo aprendemos a olhar para fora,
mas olhamos discriminando, escolhendo, isolando -nos em grupos
familiares, raciais, religiosos, ideológicos, culturais... Já experimentamos o
Isolamento em nossas famílias, em outros grupos, ao nos apegarmos à essas
diferenças superficiais, criadas por nossas mentes condicionadas, intolerantes,
críticas, e fomos nos distanciando do que nos iguala - nossa raiz humana.
Como estamos
todos num processo contínuo de crescimento e aprendizagem, somos chamados, pelo
medo, pela dor e até pela lembrança de ser nossa passagem por aqui tão
transitória, a ampliar nosso olhar para além dos muros que nos isolam uns dos
outros. Hoje, uma ameaça física, tão material, às nossas vidas, nos sacode! Se
nos contagiávamos com ideias, crenças, modismos, lutas... agora corríamos da
ameaça de nos contagiarmos com uma possibilidade mortal.
E sentimos a
necessidade de, a princípio, nos isolarmos todos! E estamos aprendendo a falta que
faz nos olharmos em nosso nível primeiro – em nossa humanidade. Estamos
sentindo a necessidade de olhar nossos medos, dores, saudades... e ver isso
também nos outros. O Isolamento nos dá a
possibilidade de, pelo menos em parte, retirar as tintas de um mundo tão
“mundano” e alucinante e nos deixar olhar para dentro. Isolados, medrosos, agoniados...
estamos aprendendo a nos Ver e Ver o Outro, tão igual em sua humanidade.
Como tudo que
acontece num universo tão sábio e paradoxal, Isolados é que estamos podendo
aprender a Ser, a Estar e Pertencer!
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