É maravilhoso amar, mas, daqui onde estamos, temos também
uma necessidade imensa, intensa, de tocar quem amamos. Temos necessidade de nos
sentir próximos de quem amamos, de nos sentir juntos. Mesmo quando afastados
por ideias, por questões e situações, queremos estar, fisicamente, próximos.
Parece-nos, assim, uma promessa, uma possibilidade, de estar cada vez mais
juntos.
Cartas, Emails, Retratos, vídeos, grupos virtuais, não
conseguem substituir a proximidade de um olhar direto, olhos nos olhos. Não
conseguem trazer o calor de um toque de mão, de um roçar carinhoso no rosto,
nos cabelos, de um abraço, suave ou forte, breve ou demorado, apertado...
Um toque físico traz, por si só, uma sensação de
proximidade, de intimidade. É um convite para chegar, uma promessa de
aceitação, até mesmo entre estranhos ...
No momento, somos orientados e
cobrados a mantermos distância uns dos outros por conta de uma dolorosa
circunstância! Somos levados a vivenciar esse “frio” afetivo, que tanto nos
agonia e confunde. Não poder tocar, abraçar e beijar crianças, não poder sentir
fisicamente o encanto quase sagrado que elas ainda trazem da Origem. não poder
comunicar todo o amor que elas nos infundem. Da mesma forma, não poder tocar e
abraçar os filhos maiores, os pais cansados e tão carentes, os companheiros
distanciados... É uma agonia! Como
parece distante e quase irreal a possibilidade de amar com espontaneidade, de
amar sem medo!
Tudo isto nos faz entender
melhor a agonia da morte física de quem amamos, quando ficamos sem notícias,
sem poder ver, falar, ouvir, tocar, abraçar... para “sempre”, até que possamos
nos rever noutra realidade.
Somos “bichos de pelo”; nossa
pele precisa sentir e realizar o Amor, também, através do toque. Um dia tudo
isso vai passar! Até lá, poderemos ir nos conectando, sentindo e cuidando
melhor de nosso próprio “pelo”, nos fazendo carinho, entendendo melhor nossas
carências e até as dos outros.
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