A Agressividade é a resposta que damos ao medo que
acompanha sempre a nossa insegurança. É uma resposta instintiva, biológica, de
“animal” ameaçado. Ela se apresenta revestida pela raiva, pela ironia, pela
ameaça física ou psicológica mas, embora aparente força, com ameaças, gritos,
“rosnados, indiferença, ela esconde sempre o medo.
Ficamos agressivos e ciumentos
quando nos sentimos ameaçados de ser preteridos, de perder nossos “objetos” queridos/amados
de posse (companheiros, filhos, pais,
amigos...) Ficamos agressivos com as crianças, com aqueles que nos amam, com os
subalternos, quando vemos ameaçado nosso “poder” sobre eles. Ficamos agressivos
quando nos vemos ameaçados de perder a razão em qualquer disputa, de perder nossa
valorização como vencedores e donos da verdade.
Nossa vaidade, nossa arrogância, nossa soberba, nossa
onipotência, nossa manipulação, são sempre atitudes agressivas,
controladoras dos outros, tentativas de demonstrar superioridade. Também nossas
críticas e constantes reclamações, elas escondem o medo de nos
descobrirem iguais, ou até menores, dentro dos grupos aos quais pertencemos...
A Agressividade de nosso mau humor constante, é reveladora
de nosso medo e desconforto nas relações. Elas servem como aviso de que
quero distância, porque algo está me amedrontando, assustando ou incomodando,
algo que estou sem coragem de comunicar e modificar. E então, como nossos
“primos” animais, rosnamos, mostramos os dentes...
Somos agressivos em nossa apatia, em nosso tédio, com a
vida e em nossas relações. Temos medo do vazio doloroso de uma vida sem
propósito, nos sentimos confusos e perdidos e culpamos e atacamos os outros... Somos, também, agressivos em nossos
pensamentos, quando remoemos situações e fantasias que reforcem nossos medos e
raivas.
Muitas vezes não nos damos
conta desses medos e apenas reagimos, instintivamente, agressivamente, lançando-nos
em brigas e lutas dolorosas, afastando e machucando relacionamentos, esnobando
possíveis amizades... Precisamos, cada vez mais, ter atenção com nossas
atitudes agressivas e uma escuta cuidadosa dos medos que as originam. Não precisamos
ser controladores e carrascos de nós mesmos, mas, apenas nos entender, conhecer
nossos medos, para podermos modificar nossos comportamentos agressivos.
Os seus textos são ótimos! Não consigo para de ler.
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