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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

A DOR POR QUEM AMAMOS

 


          Quisera tirar sua dor, e não posso! Só posso sofrer com sua dor!

          A Vida nos faz assistir a dor de quem amamos. A dor física  e psicológica pela doenças, acidentes, por defeitos congênitos e/ou adquiridos, dores que se arrastam, que tanto os magoam, mesmo quando vão sendo as dificuldades superadas. A dor que sentimos por suas doenças mentais, pelas suas deformações do caráter...

          Tudo tentamos para acabar com essa nossa dor, tão misturada à dor daqueles que amamos. Nossas relações afetivas e familiares transformam-se muitas vezes numa cascata de dores- uns sofrendo com os outros, uns pelos outros!

          Tentamos o possível e o impossível, para controlar os fatos e as dores. Usamos de todos os meios: materiais,  manipulações, ameaças, súplicas desesperadas (a Deus e aos homens), orações... Mas, as circunstâncias da vida do outro, são parte de sua história, de suas escolhas, de seus descaminhos  ou dos desígnios de um Poder Maior... Somos impotentes perante o Outro !

          Como dói sermos confrontados com nossa impotência perante o destino de quem amamos! Por que tanta dor? Buscamos um sentido, porque nada sabemos, não entendemos, apenas sofremos! Mas tanta impotência e dor nos levam da revolta à humildade, ao encontro de uma Sabedoria Amorosa que acolhe nossa dor, nosso assombro, nossa súplica por orientação, força e aceitação. Um Poder que nos consola, nos acolhe... um Poder que sabe o que nós não sabemos!

          Fortalecidos, ainda que muito machucados, com aceitação e fé nesse Poder Maior, pacificados em nossa angústia e pressa, vamos caminhando, cultivando a Paciência para aceitar e esperar o Tempo de Deus .



terça-feira, 19 de janeiro de 2021

VAIDADE RESSENTIDA

 


           Alguns de nossos sentimentos são tão sutis que “passam batidos”, sem que nos apercebamos deles. Assim foi quando pude identificar, num simples “incômodo” que determinada foto me causava, um ressentimento leve e antigo. Aquelas pessoas, aquela situação, escondiam um “arranhão” em minha vaidade!

           Rememorando incômodos semelhantes, pude lembrar de situações onde culpava o outro por ser antipático, por ser presunçoso, distante, por não valorizar minhas opiniões, por não ser muito amigo, não me dar atenção... E ficava com raiva, ficava magoada, ressentida... ainda que de modo leve, sutil, disfarçado de mim mesma.

           Posso ver agora que essas situações, onde eu culpava o Outro, na verdade incomodavam à minha Vaidade! Somos seres únicos e especiais, mas os outros também são!  E vejo que gostaria de ser especial para os outros. Gostaria que me ouvissem e acatassem minhas opiniões e ideias, gostaria que me valorizassem, que eu fosse a amiga ou a familiar especial...

           Meus desejos eram ideais, irreais, demonstravam apenas a imaturidade de um ego, na verdade medroso e defensivo, mas cheio de uma soberba vaidosa que necessitava ser constantemente alimentado de fora por elogios, atenção a qualquer tempo, merecedor de amizade/cuidado total e especial.

           Pequenos desconfortos, antipatias gratuitas, cismas... podem sinalizar, não só as atitudes (hostis ou não) dos outros, mas principalmente como nos deixamos atingir por elas.   Faz parte do processo do autoconhecimento estarmos atentos conosco mesmos para identificarmos como somos, como/porque reagimos. Faz parte de uma sabedoria maior entendermos que somos todos diferentes, curtimos e pensamos diferente, amamos e escolhemos diferente, conforme nossa sintonia em determinado momento. É muito bom irmos descobrindo, um dia de cada vez, esses nossos pedacinhos tão escondidos de nós mesmos, pedacinhos que conseguem “azedar” nossos momentos e nossas relações.



terça-feira, 12 de janeiro de 2021

INSEGURANÇA II

 


             É a sensação que nos domina quando nos sentimos envolvidos pelo Medo. Muitos medos, muitas inseguranças. Nossos medos nascem quando vivenciamos experiências traumáticas/negativas, que ficam marcadas em nossa mente e em nossa memória afetiva, consciente e inconsciente.

             Existem também os medos que nos são incutidos através de crenças ensinadas na infância  e reforçadas até a idade adulta, crenças que ligam nosso valor ao vencer, ao dinheiro, ao poder... e muitas vezes crenças idealizadas, que se mostram impossíveis de se concretizar e nos conduzem á confusão e ao sentimento de fracasso.

            Quanto maior a bagagem de medos ensinados ou o peso das crenças tortas e assustadoras, quanto maior a nossa rigidez interna ao assimilá-las, quanto maior a bagagem negativa de medos que trazemos, consciente e inconsciente, maiores serão nossos medos e maior nossa sensação de insegurança para viver. Ao repetirmos essas crenças ou relembrarmos continuamente essas situações, vamos reforçando a negatividade envolvida e nos tornando mais inseguros, incompetentes para lidar com situações diferentes e “perigosas”. Sentimos medo, raiva, mágoa, ressentimento... creditando sempre aos outros, à sociedade, à Vida!

           Tentando fugir dessa sensação tão agoniada tendemos a querer garantir a estabilidade de nosso mundo e nos apegamos a tudo que nos seja importante ou que amamos: coisas, animais e pessoas (que se tornam coisas para nós)  Nosso ego, quanto mais inseguro, medroso e controlador, torna-se ciumento, possessivo: Meu marido/mulher, Meu filho. Meu adicto, Minha mãe/pai,  meu/minha ...  Muito inseguros, mesmo disfarçando, cobiçamos sempre mais e mais, alardeando sempre muito poder, saber, arrogância... para esconder nossas inseguranças.

           E quanto mais inseguros, mais complicamos nossas relações, quaisquer relações. Estamos sempre na defensiva, com medo da perda, de sermos suplantados, trocados ... Desconfiamos!  Insegurança está sempre atrelada à desconfiança!

Ir superando nossas Inseguranças faz parte da construção de nossa autoestima, do processo de nossa libertação. É importante estarmos curiosos e atentos aos nossos medos. De onde vêm? De que crenças românticas, impossíveis, injustas? De que lembranças negativas repetidas?  É importante conhecer para tirar-lhes o poder de conduzir as nossas mentes e emoções; conhecer para poder acreditar diferente, para ir nos conhecendo melhor, nos cuidando...  

          Meu valor está ligado a essas descobertas, ao enfrentamento dos meus medos e ao que consigo ir superando.   E quando vou caminhando nesse processo, conduzo melhor minhas relações porque, afinal, entendo que somos o que somos a cada momento, com nossas próprias inseguranças disfarçadas.



terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A Prece - Nós e Deus

 


           Nós, chamando, clamando, buscando uma sintonia...  OM... Meu Deus, Eli, Alá, Poder Superior... Queremos que nos ouça, queremos Tua atenção, Teu olhar... Como crianças, Insistimos, repetimos e repetimos... Se a agonia é grande, então, mais clamamos, mais pedimos, mais insistimos, tentando, na verdade, dirigi-Lo e  orientá-Lo para atender nossos desejos, resolver nossos problemas...

         E assim agoniados, muitas vezes, não conseguimos a sintonia! Com insistência, em desespero, zangados, frustrados, cansados, aos poucos, vamos nos calando e até nos distanciando!  Ou então, quando tudo nos parece tão distante e incompreensível, buscamos a sintonia com aqueles que Tu nos enviaste, que nos antecederam, que se humanizaram para melhor nos auxiliar nessa caminhada. (Jesus, Buda, Maomé, Eli, os Santos/as, os Profetas, os Gurus Santos, as Entidades de Luz...) Em sua experiência humana, foram exemplos, homens e mulheres, foram pais e irmãos... Talvez por isso, nós os sentimos mais próximos. Eles nos ouvem e consolam, parecem nos entender melhor. São centelhas de Ti e nos foram enviados pelo Teu amor, Meu Deus, para acolherem a nós outros, também centelhas “menores” de Ti. Deus é o Amor Maior porque contém o amor de todos e nutre a todos nós numa cascata de Amor.

          Finalmente, quando vou calando meus rogos e instruções, já começo a ouvir-Te e sentir-Te. Agora posso, quieta, sentir, reforçada, Tua presença em mim, em qualquer situação, mesmo quando uma dor maior me abraça e fico sem entender os porquês...  Agora, converso Contigo cada vez mais e com mais intimidade... A certeza de Tua aceitação paciente e amorosa esclarece e favorece a “viagem” interna libertadora, de descoberta e auto perdão e o meu comprometimento em mudar. Em Prece, vou aos poucos, ampliando minha visão de mim, de Ti, de todos nós, das dificuldades de nossa humanidade caminhante.

        Pela prece, vou me unindo e cada vez mais me aproximando, sentindo e percebendo o Teu amor, quem És, quem sou/somos. Já não És mais uma abstração, uma ideia, um conto, uma crença e sim, uma Presença, uma Certeza, de que não estamos sozinhos, de que tudo em nosso caminho tem um bom propósito e seguiremos fortalecidos com Teu Amor e Teu carinho, em Tua Doce Companhia...