A princípio, e durante
muito tempo, negamos que houvesse erro em nossas atitudes, em nossos
sentimentos e em nossos pensamentos. Ao nosso ego tudo parecia se explicar: a
permissividade egoísta de nossa época, nossas “novas” crenças, a antiga
dificuldade de lidar com a dor e o medo, a força de nossos desejos/carências...
Tudo nos era permitido, tudo ainda eram
flores!
Nesse processo, negamos,
e depois, nos aprofundamos ainda mais nos erros para fugir das consequências
das primeiras escolhas. E tentávamos justificar a agonia, quando esta começava a nos oprimir, com a nossa
própria agonia e necessidades.
Como não somos/estamos
sozinhos, acabamos por carregar o peso da dor que já sentíamos e a dor que causamos
à nossa volta! Nosso “ego egoísta” estava ficando sem saída; começava a ser
confrontado com nossa Consciência Sagrada e as suas defesas começaram a cair...
Havia explicação para tudo, mas não justificativas! Veio o Arrependimento, a Tristeza,
o Remorso, a Vergonha, a Culpa, Reparações... e a Raiva voltada contra nós mesmos
por termos falhado tanto.
Mas nosso ego, ainda atuante e duro, seco, impiedoso, amargo, passou a nos infligir dores constantes, numa auto punição que se eternizava a cada lembrança e não nos deixava o direito de seguir, de amar, de tentar ser feliz... “Não merecíamos, não havia perdão para nós”! Nosso orgulho e vaidade ainda gritavam com nossa humilhação – podia haver perdão para os outros, mas não para nós, que acreditávamos ter que ser melhores! Continuávamos prisioneiros do passado!
O Auto Perdão não nos
chega através do racional; ele é a seiva que brota do coração, da nossa
dimensão espiritual. Ele vive além do ego! Revendo nossa história, nosso
coração amoroso precisa nos acolher com carinho e chorar conosco as nossas
fraquezas, nossos erros. Ele entende, sem justificar os erros, a nossa
humanidade. Ele nos liberta para
continuarmos, melhores, para caminharmos do erro ao aprendizado. E essa é uma viagem que precisamos estar
sempre empreendendo na vida: do ego à espiritualidade, do erro ao perdão. Esse
é o sentido contínuo de nossa caminhada.
Tive muitos erros, alguns
já reconhecidos, que me levaram a mudanças. Mas alguns, mais pesados, me
assombram até hoje, com muita dor e culpa, quando “escorrego” para o passado. Decidi não me permitir remoê-los,
eternizando-os. Volto logo ao presente, procurando ser melhor e me apegar ao
ganho maior que estou tendo nesse processo longo, doloroso, mas libertador– a Humildade..
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