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terça-feira, 18 de maio de 2021

DO ERRO AO PERDÂO

 Os erros alheios são mais facilmente reconhecidos e até perdoados. Difícil, mesmo, é admitirmos e perdoarmos os nossos próprios erros. Como tudo mais, todo esse caminho em nós, é um processo longo...

A princípio, e durante muito tempo, negamos que houvesse erro em nossas atitudes, em nossos sentimentos e em nossos pensamentos. Ao nosso ego tudo parecia se explicar: a permissividade egoísta de nossa época, nossas “novas” crenças, a antiga dificuldade de lidar com a dor e o medo, a força de nossos desejos/carências...  Tudo nos era permitido, tudo ainda eram flores!  

Nesse processo, negamos, e depois, nos aprofundamos ainda mais nos erros para fugir das consequências das primeiras escolhas. E tentávamos justificar a agonia, quando  esta começava a nos oprimir, com a nossa própria agonia e necessidades.

Como não somos/estamos sozinhos, acabamos por carregar o peso da dor que já sentíamos e a dor que causamos à nossa volta! Nosso “ego egoísta” estava ficando sem saída; começava a ser confrontado com nossa Consciência Sagrada e as suas defesas começaram a cair... Havia explicação para tudo, mas não justificativas! Veio o Arrependimento, a Tristeza, o Remorso, a Vergonha, a Culpa, Reparações... e a Raiva voltada contra nós mesmos por termos falhado tanto.

Mas nosso ego, ainda atuante e duro, seco, impiedoso, amargo, passou a nos infligir dores constantes, numa auto punição que se eternizava a cada lembrança e não nos deixava o direito de seguir, de amar, de tentar ser feliz... “Não merecíamos, não havia perdão para nós”!  Nosso orgulho e vaidade ainda gritavam com nossa humilhação – podia haver perdão para os outros, mas não para nós, que acreditávamos ter que ser melhores! Continuávamos prisioneiros do passado! 

O Auto Perdão não nos chega através do racional; ele é a seiva que brota do coração, da nossa dimensão espiritual. Ele vive além do ego! Revendo nossa história, nosso coração amoroso precisa nos acolher com carinho e chorar conosco as nossas fraquezas, nossos erros. Ele entende, sem justificar os erros, a nossa humanidade.  Ele nos liberta para continuarmos, melhores, para caminharmos do erro ao aprendizado.  E essa é uma viagem que precisamos estar sempre empreendendo na vida: do ego à espiritualidade, do erro ao perdão. Esse é o sentido contínuo de nossa caminhada.

Tive muitos erros, alguns já reconhecidos, que me levaram a mudanças. Mas alguns, mais pesados, me assombram até hoje, com muita dor e culpa, quando “escorrego” para o passado.  Decidi não me permitir remoê-los, eternizando-os. Volto logo ao presente, procurando ser melhor e me apegar ao ganho maior que estou tendo nesse processo longo, doloroso, mas libertador– a Humildade..


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