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terça-feira, 11 de maio de 2021

INTEGRIDADE


          Todos buscamos e apregoamos nossa integridade, nossa inteireza. No entanto, na verdade, sentimos que somos quebrados, desintegrados, como um jogo de armar infantil com peças que não se encaixam... Queremos armar o jogo da mesma forma que queremos, e precisamos, nos ver e entender inteiros, para dar um sentido, uma visão total, ao que somos. Mas parece que faltam peças ou simplesmente não conseguimos encaixá-las de forma correta! Os pedacinhos de nós, não estão verdadeiramente corretos! Tomam, a princípio, a forma que nos ensinavam as crenças, a educação, em nossos primeiros grupos familiares. Precisávamos aceitá-las e acreditar nelas, mesmo quando sentimos que não se encaixavam, mesmo quando nos constrangiam, nos forçavam... Afinal, precisávamos nos sentir amados e valorizados.

Pela mesma razão, fomos /vamos aceitando e nos modificando sob a pressão de outros grupos. Os pedacinhos físicos, emocionais, psicológicos, que nos compõem vão se modificando, tomando outros recortes e cores, buscando aparentar o que esperam de nós, mas nos distanciando cada vez mais de quem somos e da verdade que poderia nos dar inteireza e bem estar. Vamos abdicando de sonhos, ideias, sentimentos e verdades para nos enquadrar numa tela que não é nossa. Vivemos, em maior ou menor grau, de aparentar o que ainda não somos, porque é o que se quer (e é até o que queremos), porque é mais certo, mais bonito e aplaudido,,,  Mas não é, ainda, o que sou, o que posso!    Buscamos uma beleza que, ainda, não é nossa, sentimos isso!  As peças ainda estão embaralhadas, com pinturas falsas, com formas adulteradas...

Cada pedacinho precisa ir sendo, primeiro, conhecido realmente por mim, depois lapidado e aceito em sua cor natural... Mesmo relutando, a princípio, com vergonha, medo e dor, acabo por respeitar e amar o modo de ser dessas peças únicas de quem Sou. Começo a ter coragem e uma necessidade de demonstrar quem sou, do jeito que fui, do jeito que sou. “E a Verdade vos libertará...”

          O quadro que eu temia ser feio e desvalorizado agora vai- se revelando inteiro, integro, original, porque é verdadeiro...  Cada vez mais, existe uma coerência entre o que penso, o que sinto, falo e como ajo. Cada vez mais, transpiro no mundo quem realmente sou, só por hoje... Isso é Integridade! 


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