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terça-feira, 27 de julho de 2021

LIBERDADE II

 


         O Bem maior que nos foi dado por Aquele que nos criou é a Liberdade! Ela é a chave que possibilita nosso progresso, nossa evolução. Sem ela, nós estagnamos, nos conformamos ou nos submetemos, transformamo-nos em mortos vivos, fantoches de gente, em possibilidades abortadas de Vida. Fazer escolhas, livres, quaisquer escolhas, colher as consequências, boas ou más, dessas escolhas, aprendendo sempre... Essa é a condição primeira para a verdadeira mestria que a vida nos oferece!

          Não vivemos sós. Aprendemos a ser humanos em interação com outros humanos. Nessa proximidade, necessária e difícil, a Liberdade está sempre atrelada ao Respeito, ao espaço que todos necessitamos para dizer quem somos, o que desejamos, o que pensamos...

          Em Família , muitas vezes, em nome do “Amor”, queremos dominar e controlar pessoas adultas. Na verdade, sem sentir, escondemos assim nossa soberba, vaidade e prepotência em achar que sabemos mais, que podemos mais; escondemos, também, nessa tentativa constante de controle, o nosso apego, o nosso medo da perda e do abandono e justificamos assim a invasão do espaço e da liberdade do Outro. Mesmo com crianças e jovens, é necessário, desde o início, dar e dosar a liberdade de escolhas, sempre acompanhada da realidade de assumir as consequências das suas escolhas.  

          Muitas vezes, em nome da preservação do “Amor e da relação”, abrimos mão de nossa liberdade e nos deixamos subjugar, dominar... para depois cobrar e nos sentirmos vítimas do que a princípio aceitamos...   Também, por comodismo, ganância e insensibilidade, abusamos dos mais fracos e carentes materialmente, forçando-os a aceitar o que lhes impomos, sem escolha...   Em grupos maiores, entre as nações, escondemos nossa soberba, nossa vaidade, cobiça e prepotência, invadindo, enganando, agredindo, amordaçando e aprisionando a dignidade e liberdade uns dos outros, com a crença de que “sabemos o que é melhor”...

          Tanto pessoas como nações, a princípio buscando ganhos afetivos ou vantagens materiais e territoriais, deixaram invadir seus direitos de escolha, sua liberdade... Mas, é uma questão de tempo... acordam, cobram, zangam-se, rebelam-se...Entendem que aceitaram uma troca injusta, que não os nutrem como seres inteiros, que os humilham... Têm vergonha, raiva e finalmente entendem a importância de serem livres!

Somos seres espirituais, ainda que numa passagem material. Sermos livres é a condição primeira, o princípio espiritual básico para nosso caminhar. Precisamos respeitar nosso direito e o dos outros. Refletindo: o quanto estamos livres e respeitamos a liberdade uns dos outros?

Atenção!  A Liberdade é inegociável!




terça-feira, 20 de julho de 2021

Continuidade

 


         “Só é duradouro aquilo que se renova todos os dias”

Para o bem ou para o mal, a continuidade do que pensamos, sentimos ou fazemos é que garante o processo da estagnação ou da mudança em nossas vidas.

A estagnação é garantida pelos hábitos confortáveis, por crenças, conceitos e preconceitos imutáveis, por sentimentos que se mantém acima de questionamentos e da razão, por atitudes repetitivas, filhas da continuidade desse modo de ser/estar. Nosso orgulho, vaidade e teimosia, garantem a continuidade de nossa paralização na vida pessoal e na história de nossa sociedade.

A renovação, pela qual tantas vezes ansiamos e precisamos, pressionados pela dor da própria vida, também depende de dar continuidade a novos conceitos, novas atitudes, de criar novos hábitos de cuidados conosco mesmos e com as nossas relações. É difícil mudar! No entanto, não podemos desistir! Mas só a continuidade perseverante, desse novo modo de ser/estar é que pode enfraquecer os nossos velhos hábitos, nos dar força e coragem para   fazer vencer e firmar a mudança que tanto precisamos.

A continuidade também é importante para a manutenção do que já é positivo e gostoso em nossas vidas- bons hábitos e boas relações. Para rompermos com a estagnação natural que ameaça se instalar e tornar  sem vida e sem viço as nossas relações mais queridas, só com a renovação constante de nossas atitudes, do nosso carinho, da nossa admiração, do nosso amor... Não basta amar “para  sempre”, é preciso, continuamente, renovar nossos votos, reafirmar nosso carinho, rever nossas atitudes e renovar o modo de ver o outro - enfim, atualizar o amor na relação de pessoas que, afinal, estão continuamente em mutação.

         Quando a dor de sentirmo-nos  perdidos, sem direção, ameaçados em nossa liberdade ou quando a dor do medo da rejeição e do abandono de nossos amores nos pressionarem, é importante ter a humildade e coragem para buscar nossa própria mudança e, com perseverança, paciência e firmeza, insistirmos, em dar continuidade à busca do melhor para nós mesmos.

          Ordem, disciplina, desejo, coragem, boa vontade, bom humor, paciência, persistência... são os ingredientes para darmos continuidade aos nossos mais caros projetos na vida!


terça-feira, 13 de julho de 2021

A PERDA DA INOCÊNCIA

 


         Perdemos nossa inocência quando perdemos a capacidade de acreditar e confiar.

Nascemos nessa vida absolutamente frágeis, inocentes, dependentes, confiando no mundo à nossa volta para sobreviver. Em nossas relações mais próximas fomos aprendendo a amar e ser amados, a valorizar quem nos amava e o valor dos valores/verdades do Bem que nos passavam... Deveríamos ser generosos, justos, verdadeiros, leais...  Era assim! Gostando ou não do que víamos ou ouvíamos, como criancinhas, ou bichinhos, nós acreditávamos nos pais e nos adultos de mais sabedoria...  e nós confiávamos.

Crescendo, num mundo confuso e tão desumano em sua humanidade, fomos perdendo esse olhar simples, inocente e franco de ver o mundo. Nossos pais não eram perfeitos como acreditávamos, os adultos traíam, mentiam e manipulavam, os mais fortes oprimiam e subjugavam os mais fracos... Precisávamos nos defender e ser vencedores a qualquer preço! Frustrados e desiludidos, nos apegamos aos amores mais próximos e fomos à luta. Já não acreditávamos no “Bem”, que parecia uma utopia! Perdemos a inocência! Ficamos agressivos, “espertos... e cínicos!

No mundo que estamos, e ao qual nos adaptamos, só existe o poder e o bem/valor material. É um mundo seco, áspero, sem beleza, sem doçura, sem suavidade, sem heróis/heroínas generosos, justos, amorosos... Um mundo sem sorriso e alegria, onde até as comemorações são demonstrações de força e arrogância. É um mundo onde não se acredita na Verdade, onde não confiamos, e até debochamos de quem defenda os valores do “Bem”.

Não somos felizes nessa selva material, cercados de perigos por conta dos instintos soltos, com insegurança e medo constante. Sentimo-nos à deriva, sem ter em quem confiar ou acreditar. Mas, quando em dor e desespero, voltamo-nos para nossa crença básica da infância – Deus, o Pai do Céu, como um porto seguro em que possamos nos apoiar e salvar. Ainda assim, não confiamos, nem nos entregamos, porque não entendemos um Poder que não seja para as coisas “desse mundo”. Rogamos que nos ajude, mas queremos dizer-Lhe como fazer, o que fazer!

         É importante recobrar a inocência da criança, que aprendeu a confiar num Poder Superior, num Deus do “Bem”, de Amor, de Sabedoria...  Um Deus que sabe do que precisamos, um Deus que nos dá força para irmos superando as dificuldades, um Deus paciente que aguarda nossas tão lentas transformações em direção à libertação. Podemos acreditar e sentir Sua presença acolhedora, doce, que nos consola e fortalece. É por aí, a começar pela crença nesse Deus confiável e amoroso, buscando reviver Seus valores espirituais em nós mesmos e entender o que é possível a cada um em nossas relações, que poderemos fazer renascer a inocência, fortalecer nossa fé e ajudar na construção de um mundo melhor...  



terça-feira, 6 de julho de 2021

OCUPE – SE

 


        Quando tudo me pareceu doído, confuso e me senti letárgica, triste, desanimada, deprimida, sem vida... em oração, busquei uma sintonia com um Poder Maior e “ouvi” uma voz insistente, que me sacudiu: OCUPE-SE !

Quando o passado parece me envolver numa neblina, cinzenta e triste, com a nostalgia do que foi tão bom... ou quando a saudade me espreme o coração... ou quando a dor de arrependimentos de erros sem volta me fustiga a alma, levando minha força e energia... Peço auxílio agoniada a meu Deus, tão presente e amoroso, e ouço-o dentro de mim, dizendo: OCUPE-SE!

Quando os medos nebulosos de um futuro desconhecido, ameaçando a mim e todos que me são tão queridos ou quando o medo do rumo dos descaminhos do mundo parece me tirar a esperança, sinto a suave e firme orientação de meu Deus tão companheiro, dentro de mim, quase me sacudindo: Desligue-se e OCUPE-SE!

Sei que esse é o caminho da Vida - o Movimento, a Ação! Mesmo ainda sem vontade, me arrasto e caminho, com humildade e simplicidade, sem me exigir demais, mas em movimento! Somos seres que existimos em várias dimensões: física, emocional, mental, espiritual... E a primeira coisa, é me ocupar da forma mais simples e possível no momento. Levanto-me e mexo meu corpo, ocupo-me com ele - comer, andar, lavar, arrumar, trabalhar, servir... Se conseguir, ouço música, ouço alguém, distraio minha mente aprisionada ao passado e ao futuro...

Quando ocupo meu corpo físico, influencio por sintonia meus outros corpos, trago energia e vida para mim. Saio de casa para estar nesse mundo, que está vivo, errado ou certo... Vou escolher pensar o que seja bom para mim, o que sirva de nutrição a meu espírito, aos meus sentimentos... Vou sorrir para alguém, vou ser gentil e carinhoso com alguém, porque todos são meus companheiros nessa caminhada. Se assim olhá-los, e assim com eles me ocupar, não me sentirei tão só, tudo me parecerá mais simples e bonito...

Sei que o segredo na vida é estar ativo, em ação, presente em cada momento, escolhendo o que me nutre e agasalha, atento em soltar-me dos maus hábitos do pensar, da paralisia e inação, me negando a ter minha mente ocupada com misérias e maldades ou a chorar pelo que não posso modificar... Essa foi a divina orientação que tive:   Levante-se e Ocupe-se!