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terça-feira, 13 de julho de 2021

A PERDA DA INOCÊNCIA

 


         Perdemos nossa inocência quando perdemos a capacidade de acreditar e confiar.

Nascemos nessa vida absolutamente frágeis, inocentes, dependentes, confiando no mundo à nossa volta para sobreviver. Em nossas relações mais próximas fomos aprendendo a amar e ser amados, a valorizar quem nos amava e o valor dos valores/verdades do Bem que nos passavam... Deveríamos ser generosos, justos, verdadeiros, leais...  Era assim! Gostando ou não do que víamos ou ouvíamos, como criancinhas, ou bichinhos, nós acreditávamos nos pais e nos adultos de mais sabedoria...  e nós confiávamos.

Crescendo, num mundo confuso e tão desumano em sua humanidade, fomos perdendo esse olhar simples, inocente e franco de ver o mundo. Nossos pais não eram perfeitos como acreditávamos, os adultos traíam, mentiam e manipulavam, os mais fortes oprimiam e subjugavam os mais fracos... Precisávamos nos defender e ser vencedores a qualquer preço! Frustrados e desiludidos, nos apegamos aos amores mais próximos e fomos à luta. Já não acreditávamos no “Bem”, que parecia uma utopia! Perdemos a inocência! Ficamos agressivos, “espertos... e cínicos!

No mundo que estamos, e ao qual nos adaptamos, só existe o poder e o bem/valor material. É um mundo seco, áspero, sem beleza, sem doçura, sem suavidade, sem heróis/heroínas generosos, justos, amorosos... Um mundo sem sorriso e alegria, onde até as comemorações são demonstrações de força e arrogância. É um mundo onde não se acredita na Verdade, onde não confiamos, e até debochamos de quem defenda os valores do “Bem”.

Não somos felizes nessa selva material, cercados de perigos por conta dos instintos soltos, com insegurança e medo constante. Sentimo-nos à deriva, sem ter em quem confiar ou acreditar. Mas, quando em dor e desespero, voltamo-nos para nossa crença básica da infância – Deus, o Pai do Céu, como um porto seguro em que possamos nos apoiar e salvar. Ainda assim, não confiamos, nem nos entregamos, porque não entendemos um Poder que não seja para as coisas “desse mundo”. Rogamos que nos ajude, mas queremos dizer-Lhe como fazer, o que fazer!

         É importante recobrar a inocência da criança, que aprendeu a confiar num Poder Superior, num Deus do “Bem”, de Amor, de Sabedoria...  Um Deus que sabe do que precisamos, um Deus que nos dá força para irmos superando as dificuldades, um Deus paciente que aguarda nossas tão lentas transformações em direção à libertação. Podemos acreditar e sentir Sua presença acolhedora, doce, que nos consola e fortalece. É por aí, a começar pela crença nesse Deus confiável e amoroso, buscando reviver Seus valores espirituais em nós mesmos e entender o que é possível a cada um em nossas relações, que poderemos fazer renascer a inocência, fortalecer nossa fé e ajudar na construção de um mundo melhor...  



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