Perdemos nossa inocência quando perdemos a capacidade
de acreditar e confiar.
Nascemos nessa vida
absolutamente frágeis, inocentes, dependentes, confiando no mundo à nossa volta
para sobreviver. Em nossas relações mais próximas fomos aprendendo a amar e ser
amados, a valorizar quem nos amava e o valor dos valores/verdades do Bem que
nos passavam... Deveríamos ser generosos, justos, verdadeiros, leais... Era assim! Gostando ou não do que víamos ou
ouvíamos, como criancinhas, ou bichinhos, nós acreditávamos nos pais e nos
adultos de mais sabedoria... e nós
confiávamos.
Crescendo, num mundo
confuso e tão desumano em sua humanidade, fomos perdendo esse olhar simples,
inocente e franco de ver o mundo. Nossos pais não eram perfeitos como
acreditávamos, os adultos traíam, mentiam e manipulavam, os mais fortes
oprimiam e subjugavam os mais fracos... Precisávamos nos defender e ser
vencedores a qualquer preço! Frustrados e desiludidos, nos apegamos aos amores
mais próximos e fomos à luta. Já não acreditávamos no “Bem”, que parecia uma
utopia! Perdemos a inocência! Ficamos agressivos, “espertos... e cínicos!
No mundo que estamos, e
ao qual nos adaptamos, só existe o poder e o bem/valor material. É um mundo
seco, áspero, sem beleza, sem doçura, sem suavidade, sem heróis/heroínas
generosos, justos, amorosos... Um mundo sem sorriso e alegria, onde até as
comemorações são demonstrações de força e arrogância. É um mundo onde não se
acredita na Verdade, onde não confiamos, e até debochamos de quem defenda os
valores do “Bem”.
Não somos felizes nessa
selva material, cercados de perigos por conta dos instintos soltos, com
insegurança e medo constante. Sentimo-nos à deriva, sem ter em quem confiar ou
acreditar. Mas, quando em dor e desespero, voltamo-nos para nossa crença básica
da infância – Deus, o Pai do Céu, como um porto seguro em que possamos nos
apoiar e salvar. Ainda assim, não confiamos, nem nos entregamos, porque não
entendemos um Poder que não seja para as coisas “desse mundo”. Rogamos que nos
ajude, mas queremos dizer-Lhe como fazer, o que fazer!
É importante recobrar a inocência da criança, que aprendeu a confiar num Poder Superior, num Deus do “Bem”, de Amor, de Sabedoria... Um Deus que sabe do que precisamos, um Deus que nos dá força para irmos superando as dificuldades, um Deus paciente que aguarda nossas tão lentas transformações em direção à libertação. Podemos acreditar e sentir Sua presença acolhedora, doce, que nos consola e fortalece. É por aí, a começar pela crença nesse Deus confiável e amoroso, buscando reviver Seus valores espirituais em nós mesmos e entender o que é possível a cada um em nossas relações, que poderemos fazer renascer a inocência, fortalecer nossa fé e ajudar na construção de um mundo melhor...
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