Estamos sempre nos defendendo! Será que acreditamos
que estamos sempre sob ataque? De onde trazemos essa sensação? Será de nossa
natureza animal, embora até os vegetais criem espinhos como defesa? Ou será da
necessidade de sobreviver de alguma maneira em qualquer reino da natureza? Como
seres racionais e “superiores”, criamos um Ego encarregado dessa defesa, atento
ao nosso físico, ao mental e ao emocional.
Inventamos defesas de todo tipo, das mais simples às mais sofisticadas: O fingir-se de “morto”, a imobilidade, a cegueira, a “inocência”, que nos disfarçam e eximem de atitudes e responsabilidades... O “ataque” gritado, agressivo e mal humorado, que nos fazem parecer maiores e mais poderosos aos outros, disfarçando nosso medo e insegurança... A indiferença forçada, que quer nos preservar da Dor... O silêncio, que nos preserva de desnudar sentimentos, de arriscar opiniões nas relações... A ironia, o sarcasmo, que escondem nossa insatisfação, nossa raiva, nossa inveja, sob o manto de brincadeira, sem nos expor ao “troco” dos outros... A fuga, o distanciamento que nos defendem do palco das “lutas” e desafios da vida... A mentira que nos livra de situações, de definições, de assumir realidades dolorosas e das consequências de nossas escolhas... O ser “bonzinho” para ser amado e não sofrer ataques... O ser a eterna vítima, para ser defendido por todos...
E tantas outras...
Nossa defesas, aprendidas
no mundo e consolidadas pelo Ego, nos encarceram e isolam de nós mesmos e uns
dos outros. Nossa máscaras e os papéis que representamos não nos deixam
descobrir e ousar ser quem somos. Vivemos assim num palco tristemente iluminado
pela luz artificial das mentiras, por medo, por covardia, para sobreviver! Somente o impacto de uma Dor maior, a ousadia
das paixões que nos arrastam ou a força
invencível do Amor podem nos levar a abrir mão das Defesas e buscar a Verdade
de quem somos.
É um processo...Quais são minhas defesas? Quais as que
mais uso? “Vá com Calma, mas vá” com meu olhar curioso, corajoso e destemido,
para descobri-las e poder ir aos poucos desmontando-as. Somente a Coragem, a Paciência
e, principalmente, a Verdade nos libertarão!
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