Com nosso
foco de atenção sempre fora, na tentativa de controle em nossas relações ( com pessoas
que amamos, ou não), acabamos esquecendo
a necessidade de delimitar nossos próprios
espaços. Na verdade, sem perceber, tentamos invadir, avançar no espaço do Outro
para fazer valer nossas razões. Nessa
luta, nesses movimentos invasivos (mas tão “bem intencionados”) abrimos espaços,
facilitamos além do razoável e fomos também sendo invadidos! Em nome da razão e do amor, as relações se
confundiram, se misturaram... Todos ficaram confusos, zangados, desrespeitados,
manipulados, magoados...e teimosos, firmemente defendendo e atacando seus
interesses, suas razões! Assim, todos sofrem, as lutas se eternizam, a relação,
antes amorosa e bem intencionada, não resiste, transforma-se, perde o viço e a
beleza.
Dolorosamente, vamos aprendendo a importância do Respeito,
garantido pelos Limites, em quaisquer relações, principalmente entre as mais
próximas. Somos pessoas únicas e diferentes, com qualidades e defeitos; somos
Livres e Responsáveis por nossa própria história. Quando muito próximos, temos
dificuldade de entendermos e aceitarmos isso. Não temos acesso ao mundo interior
dos Outros e nem adiantaria, porque não podemos modificá-los! Resta-nos tentar
conhecer e resguardar nossos espaços...
Mas, quais são os meus limites? Eu não sei! Na verdade, pouco
pensamos ou sabemos sobre eles. Não tivemos verdadeiramente intimidade conosco
para saber! Nem sabemos, ainda, que esses limites são móveis, flexíveis,
conforme nosso momento e a relação em que estamos! E então nos perguntamos: Quem sou eu nessa
relação? O que posso e quero para mim? Qual meu espaço? Qual o Meu Limite? Preciso
estar comigo em cada relação, “ouvindo-me”, para ir descobrindo!
Guardar meu espaço é minha responsabilidade! Com essa Atenção
e Cuidado é que vou construindo minha auto estima! Com esse Respeito a mim é
que explico ao mundo quem eu sou e como quero ser tratado. Esse processo vai desmontando os maus hábitos
em meus relacionamentos, vai ensinando-me a ser honesta e assertiva (com Gentileza
e Firmeza) em minhas relações com o mundo. Estamos aprendendo a estar juntos,
mas não misturados!