Acredito que ela advem de uma incapacidade de estarmos presentes no aqui e agora. Fomos condicionados, através de constantes chamados, lembretes e reforços, a estarmos preocupados com o Futuro, com o que ainda pode/vai/talvez acontecer. Em nome da “educação”, fomos adestrados a acreditar e pensar assim. Como consequência, sentimos ansiedade. Ela detona uma resposta bioquímica (adrenalina) e então passamos a agir sob o açoite dessa pressão que nos movimenta mais e mais, que nos apressa, nos empurra. Quando essa resposta comportamental fica bloqueada e não libera esta energia gerada pela ansiedade, ela se transforma em angústia (angor = aperto) somatizando-se em desequilíbrio/patologias em nossas dimensões (psíquica e física), trazendo muita dor e dificultando nosso acesso à nossa dimensão essencial (a espiritual).
Reagimos também com ansiedade ao comando das vozes interiores que nos repetem todo o tempo: “você tem que “, “você devia”... Também isto nos foi ensinado, sempre reforçado e agora nos domina. Passamos a acreditar que “temos que” atender ao que esperam de nós, cumprir “missões” pelos outros estipuladas. “Temos que/devíamos” - só assim seremos bons, vencedores, valorosos, valorizados, merecedores, amados. Vivemos sob tensão, ansiosos: -Será que daremos conta disso tudo? Como? E se não...? Precisamos nos preparar para os desafios, as cobranças, as lutas...!
Podemos dizer, repetindo, que a Ansiedade, como todas as emoções/sentimentos são respostas a um modo de pensar! Pensamos e revivemos o que já passou, nos antecipamos ao que pode acontecer. Pensamos que temos que ser algo maior ou muito diferente do que somos ou podemos.
Ao entrarmos nessa ciranda de idealizações, cobrança e tempo perdemos a percepção do Agora, desenvolvemos a capacidade remoer/rever possibilidades, criando expectativas, ficando prisioneiros desse viver virtual, não real, retro alimentado por esse pensar obsessivo: E se...? Quando? Será...? Ansiosos, pensamos repetidamente, obsessivamente, em possibilidades e nos movemos/comportamos de forma repetitiva, compulsivamente buscando controlar as respostas a essas possibilidades.
Ansiosos, temos necessidade de nos movimentar, fazermos algo, cada vez com mais pressa. Sentimo-nos incapazes de parar, desfrutar, saborear – mesmo os bons momentos. E a repetição constante cria um hábito, um modo de ser e de viver ansiosamente.
Descobrimo-nos filhos de uma cultura da pressa, do poder fazer... (“fast food” - “tempo é dinheiro”. “O segundo lugar é a derrota total”. “Tá doendo? Tomou Doril, a dor sumiu!” - use químicos para, rapidinho, tudo sumir! - a dor, o prazer, o gosto da vida. Esportes demais, radicais, para ganha, ritmos repetitivos, alucinantes, anestesiantes. Todos ajudam a drenar essa energia interna, detonada pela ansiedade. Não podemos parar porque então não suportaremos a Dor da angústia. Sentimo-nos prisioneiros, sem saída, só repetindo, repetindo, repetindo...
Em nosso programa, temos a opção de novos aprendizados, sob um novo modo de crer/pensar.
- A vida é Aqui/Agora, no Presente (Só por hoje)
O passado serviu como experiência necessária ao aprendizado, mas já passou...
O futuro ainda não existe!
Cabe a mim, hoje, aqui/agora, validar o aprendizado do passado e favorecer um futuro melhor, viver um dia de cada vez, com aceitação do que sou e do que posso, só por hoje. Aceitação de minha impotência perante alguns fatos da vida e o modo de ser dos outros.
Cabe a mim, coragem e paciência para modificar meu modo de pensar antigo e tão enraizado; coragem para perseverar na mudança do hábito de correr/fazer optando por atividades que me tragam um ritmo mais tranquilo, favoreçam um desfrutar da vida.
Um dia de cada vez, com calma, mas sem desistir, certamente podemos substituir ansiedade e sofrimento por bem estar e Serenidade.
E sempre bom ser lembrados de como a a ansiedade nos atinge.
ResponderExcluirOla querida, bom dia quero neste momento agradecer a vc por partilhar sobre a ansiedade um mal que corroe a alma.
ResponderExcluirobrigada, um beijo no seu coração