Pesquisar este blog

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Controle



Somos todos controladores; fomos ensinados e até adestrados para isso; aprendemos a nos relacionar dessa forma conosco mesmos, com outras pessoas, com situações, com Deus... são crenças poderosas que nos conduzem. Acreditamos que se estivermos no controle faremos tudo ser da melhor maneira, da maneira certa e assim nos sentiremos seguros, poderemos ser felizes. Aprendemos também a controlar nosso mundo interior para nos adequarmos ao que é esperado de nós, para que nossos sentimentos não nos traiam em nossa luta – porque tentar controlar é lutar eternamente. Vivemos em luta interna bloqueando e mascarando pensamentos/emoções e luta externa tentando redirecionar tudo e todos. Acreditamos que o amor nos trás o dever de controlar o outro para seu próprio bem, de escolher o que é melhor para sua vida, de possuí-lo para que não se perca, para que não nos percamos um do outro. Acreditamos que seremos mais amados e valorizados na medida que consigamos manter tudo sob controle, sem perdas ou fracassos. Nossas crenças é que moldam nossas atitudes, porisso somos controladores!
Nossas tentativas de controle se revelam de forma clara ou, às vezes, sutil:,
- quando somos “bons demais” para os outros, escolhendo, decidindo, cedendo, resgatando, facilitando, nos responsabilizando, fazendo por eles o que é de responsabilidade deles... quando concedemos demais, muito, sempre; até mesmo quando deixamos que nos conduzam, que invadam toda nossa vida, na verdade estamos “dando linha” para que nos admirem ou se apoiem em nós, às vezes acomodados, culpados mas sempre devedores,
presos a nós.
- quando, frustrados e impacientes, cobramos: zangando, agredindo, gritando, chorando, culpando, nos magoando, silenciando...

- quando, em nome de um bom propósito, manipulamos: fingindo,
mentindo, “dando um jeitinho”, omitindo, sendo desonestos.
A tentativa contínua de controle interno e externo nos desgasta, tira o viço, a alegria e a espontaneidade. Usamos máscaras, de maior ou menor peso, que bloqueiam sentimentos\emoções, que amordaçam o Ser que somos, que nos distanciam justamente daqueles que tanto buscamos e tudo a serviço dessa luta que acreditamos ser lógica e justa. O nível de energia reprimida em nós e a frustração desesperada de não termos o controle desejado sobre acontecimentos e pessoas acaba por nos escapar e isso se evidencia numa crise de descontrole. A crise libera o excesso, nos restando a sensação de vergonha, culpa, fracasso, desesperança...
Na verdade perderemos o controle de nossas próprias vidas enquanto acreditarmos que temos o poder\dever de controlar a dos outros a qualquer preço. A possibilidade do ganho, da paz, da felicidade está em redirecionarmos nossas crenças, admitindo nossa impotência sobre o que está fora de nós mas reconhecendo e honrando o poder de nos modificarmos e às nossas próprias vidas; substituindo a força e luta desgastante e desleal pela coragem generosa, perseverante e bem-humorada para modificar o que posso ¬ - Eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com

Obrigada por sua participação.