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sábado, 15 de maio de 2010

A crítica e o Elogio


Aprendemos quem somos, como nos comportar no mundo, como desempenharmos nossos papéis, com a Família que nos acolheu e criou – com seres humanos aprendemos a ser humanos. Na família recebemos valorização – mas com condições. Quando atendíamos o que se esperava de nós, éramos valorizados; quando não, éramos criticados, desvalorizados, até desamados. Quanto maiores eram as expectativas, mais facilmente fracassávamos e menos vezes elogiados e valorizados. Aprendemos assim que nosso valor está atrelado às nossas performances! Não nos ensinaram que, por mais que falhássemos em atividades, em comportamentos, em atingir metas, nada poderia retirar nosso valor intrínseco, pessoal, de seres humanos únicos, com dons únicos e especiais, portadores e centelhas de uma Luz Maior.
E porque não sabíamos do valor que naturalmente possuíamos, passamos a vida buscando, pedindo, esmolando, ansiosos e magoados, que nos valorizassem, que vissem nossas qualidades, nossas possibilidades.
Fomos adestrados, como animais que são julgados, valorizados e gratificados, conforme reagíamos com muita ou pouca eficiência ao que foi ensinado. Fomos condenados como indivíduos e não somente pelas nossas eventuais falhas e atitudes. Essa crítica misturada, e por isso mesmo equivocada, constantemente repetida em nome da educação, da formação, da orientação, do controle, sob forma de cobrança constante, nos diminui ainda mais ante os ideais perfeccionistas; afasta-nos da possibilidade de sermos valorizados e desenvolvermos uma auto-imagem positiva.
“Você é burro, é mau, não faz nada direito, não tem jeito, etc...”
A crítica pode “puxar” também nossa competitividade, nossa agressividade e nossa covardia. Sentimo-nos feridos, arranjamos desculpas, jogamos culpas, fugimos e criticamos também; brigamos e nos afastamos irritados, magoados, injustiçados...
A crítica à pessoa jamais será construtiva. Ela arrasa nossa auto-estima, nossa autoconfiança, nossa dignidade. Ela nos desconstrói e às nossas relações
Em contrapartida, o elogio à pessoa e às suas boas performances atuam como uma “boa força” que nos impele ao melhor do que somos e podemos. Na infância e pela vida afora, na justa medida, o elogio ajuda a criar uma auto-imagem favorável, plena de possibilidades. Sentimo-nos eficientes, capazes e merecedores. É importante que o elogio seja verdadeiro e sem exageros; sem estar a serviço da bajulação e da manipulação (para o bem ou para o mal) Não deve criar uma dependência que se evidenciará na imaturidade e insegurança das pessoas que, mesmo adultas, requerem elogios repetidos, sem nunca se darem por satisfeitas, totalmente voltadas para um apoio externo, buscando gratificação e aprovação.
O elogio simples e honesto nos empurra e fortalece para, com entusiasmo e motivação, buscarmos nossas metas, sonhos, novas etapas; encoraja-nos para enfrentarmos nossos desafios, refazermos caminhos, aprendermos com nossos erros.O elogio trás alegria e força à nossa humanidade, ao nosso caminhar; aquece nossos corações, desarma-nos. Trás alegria, gentileza e ternura às nossas relações; transforma-nos de críticos competidores em alegres e generosos parceiros.


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