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domingo, 27 de março de 2011
VÍTIMAS NÃO SE RECUPERAM
Alguém me perguntou: será verdade que as vítimas não se recuperam? Acredito ser bastante difícil a recuperação enquanto insistir em me sentir vítima dos outros, da vida... Enquanto insistir em me comparar com os outros, em tentar competir com os outros, manipular os outros, pedir que outros me dêm valor, aprovação... Enquanto estiver com todo o foco de minha atenção, força e poder, desviados para os outros. Como posso me cuidar e recuperar se só me ocupo com os outros? Vítimas se entregam a lamúrias choramingadas, gritadas ou remoídas internamente, que escondem a dificuldade de se verem com honestidade, de tentarem a mudança, mantendo-se no auto-engano, permanecendo estagnadas. Vítimas aceitam como ganho a esmola da piedade, da complacência, do desprezo disfarçado dos outros. Vítimas aceitam como consolação esperar para ver a derrota dos outros ou até colaborar com ela, assumindo, despeitadas, o papel de carrasco para dar o “troco”. Ser vítima, permanecer vítima, é abrir mão de si mesma, de seu poder natural, da responsabilidade com seu destino. A recuperação de minha dignidade, de minha auto-estima, minha auto-imagem, meu auto-respeito... passam pela perseverança e boa-vontade que dedico ao aprendizado de me responsabilizar por minha vida, por meu mundo interior(pensamentos/sentimentos), por estar em contacto constante comigo, direcionando cada vez melhor meu caminhar. Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com
terça-feira, 22 de março de 2011
SORRINDO
A seriedade de que me invisto para lidar comigo mesma, com os acontecimentos do dia a dia e nas minhas relações, acaba se transformando numa armadura/máscara fria que reflete rigidez interna e uma postura arrogante de razão: sempre a mais certa, a mais correta. Reflete também minha atitude e necessidade de criticar, julgar e condenar tudo e todos que não se enquadram nos meus parâmetros, tantas vezes idealizados, fora da realidade, do que seja desejável e aceitável. A seriedade revelada no rosto sério, fechado, transmite distância e frieza nas relações, quaisquer relações. Eu a uso quando acredito que preciso ser a melhor, que preciso “mostrar serviço”, mostrar “educação” e “finesse” ou criar um clima intimidador. Fico séria e distante, também, quando quero esconder meus sentimentos de insegurança, raiva, mágoa... quando quero esconder minhas vulnerabilidades. Na medida em que essa seriedade, que me foi ensinada, cobrada e adotada, passa a fazer parte, mais e mais, de minha vida, do meu modo de ser, ela tende a se tornar uma patologia, porque é patológico e doentio não procurar viver ou interagir com proximidade, espontaneidade, leveza, alegria.
Às vezes me pego tão séria, tantas vezes séria, com a fisionomia crispada, enrijecida, vincada, que me pergunto, assustada:
Por que sorrio tão pouco? Onde, quando, perdi meu sorriso?
Nas grandes perdas, nas mais sentidas desilusões, nas pequenas, mas tão constantes, lutas e competições cotidianas? Nelas todas, um pouco em cada uma?
Hoje me dei conta que quero meu sorriso de volta!
Eu ainda sei dar risadas, até gargalhadas, mas sinto que o que mais me faz falta, o mais importante, é que eu sorria, que eu relaxe, distenda meus músculos, meu rosto, distendendo para isso e com isso, a tensão interior, abandonando a constante cobrança, desarmando-me para a vida, desfrutando-a, com gosto, sem gula.
O sorriso é como posso externar minha aceitação do momento. Nas relações, funciona como acolhida, como convite e incentivo a uma aproximação menos formal, mais aquecida, mais humana. Ao sorrir, estou “dizendo” que reconheço e me identifico com a sua/nossa humanidade, que aceito nossas diferenças, quaisquer diferenças.
Sorrir me relaxa, me leva a depor amas, afrouxar máscaras e defesas; me faz sentir mais leve, gentil, participante; demonstra desejo de chegar... Favorece até o “desarmamento” do Outro!
Sorrir é conseqüência natural e faz parte de todo o processo do nosso Despertar Espiritual na medida em que expressa alguns aspectos do amor: leveza, respeito, gentileza, atenção, simpatia, ternura, abertura, alegria serena,...
Um dia de cada vez, quero lembrar a mim mesma:
SORRIA...
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quarta-feira, 16 de março de 2011
IRRITAÇÃO
A irritação é uma energia nociva, mais sutil e disfarçada que a raiva, que cultivamos num processo autodestrutivo. Decorre e acompanha a contínua permissão de abusos, invasão, manipulação, cobrança, provocação, a que nos submetemos na tentativa de evitar confrontos, perdas de relações e de imagem. Decorre também de tudo que abafamos no nosso modo de ser, que calamos de nossas verdades, dos nossos desejos não revelados, das nossas expectativas frustradas; do mundo e das pessoas que não se enquadram nas nossas necessidades e anseios. Sob o poder dessa raiva surda, a irritação contínua nos faz sentir como um elástico esticado ao máximo, em estado de alerta para defesa constante e ataque repentino. Cuidado! Às vezes damos sinal de perigo “rosnando” impaciências para que entendam o “recado” e mudem seus comportamentos. Se insistirem, poderá vir o ataque, a tempestade que nos alivia, mas só momentaneamente.
A irritação nos corrói, e as nossas relações, como um ácido poderoso quando sua ação é constante e continuada. Ela vai se instalando, solapando nossas relações e nossa saúde física, emocional e mental. É uma agonia lenta e purulenta, que nos tira a alegria de Ser e Estar. Ela nos torna mal humorados, irascíveis, agressivos, corrosivos em nossas atitudes, revides e palavras. Ela impede toda ternura, gentileza, carinho, que poderiam nos aquecer e dar gostosura à vida; ela nos afasta e nos isola de quem nos irrita e a quem irritamos.
Como relaxarmos, afrouxarmos essa perversa tensão interior? Depende de quem? Dos que me irritam? Atenção! Minha irritação é só minha! Embora não pareça, ela não está atrelada às pessoas, às vezes tão irritantes, da minha vida! Depende só de Mim, conscientizar-me da importância de aceitar fatos, a vida, as pessoas, como elas são e não como eu queria que fossem! Aceitar não é gostar! Aceitar passa pelo respeito a Mim e a meu espaço na relação. Esse respeito só pode ser assegurado pela minha atitude honesta, clara e firme ao revelar, estabelecer e honrar meus limites nas relações. Somente esse exercício de assertividade, de boa vontade comigo, poderá ir desmanchando minhas defesas ácidas, aguerridas, apaziguando meu íntimo e me resguardando da irritação dos outros.
Estamos há muito tempo prisioneiros da visão equivocada de que podemos e devemos mudar os outros, de nos sentir vítimas de injustiças e reféns do medo e da preguiça de tentarmos nossas próprias mudanças. Mas, com humildade, buscando apoio de um Poder Superior paciente e amoroso, podemos encontrar coragem para, a cada momento, ir substituindo irritação por Serenidade.
Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com
A irritação nos corrói, e as nossas relações, como um ácido poderoso quando sua ação é constante e continuada. Ela vai se instalando, solapando nossas relações e nossa saúde física, emocional e mental. É uma agonia lenta e purulenta, que nos tira a alegria de Ser e Estar. Ela nos torna mal humorados, irascíveis, agressivos, corrosivos em nossas atitudes, revides e palavras. Ela impede toda ternura, gentileza, carinho, que poderiam nos aquecer e dar gostosura à vida; ela nos afasta e nos isola de quem nos irrita e a quem irritamos.
Como relaxarmos, afrouxarmos essa perversa tensão interior? Depende de quem? Dos que me irritam? Atenção! Minha irritação é só minha! Embora não pareça, ela não está atrelada às pessoas, às vezes tão irritantes, da minha vida! Depende só de Mim, conscientizar-me da importância de aceitar fatos, a vida, as pessoas, como elas são e não como eu queria que fossem! Aceitar não é gostar! Aceitar passa pelo respeito a Mim e a meu espaço na relação. Esse respeito só pode ser assegurado pela minha atitude honesta, clara e firme ao revelar, estabelecer e honrar meus limites nas relações. Somente esse exercício de assertividade, de boa vontade comigo, poderá ir desmanchando minhas defesas ácidas, aguerridas, apaziguando meu íntimo e me resguardando da irritação dos outros.
Estamos há muito tempo prisioneiros da visão equivocada de que podemos e devemos mudar os outros, de nos sentir vítimas de injustiças e reféns do medo e da preguiça de tentarmos nossas próprias mudanças. Mas, com humildade, buscando apoio de um Poder Superior paciente e amoroso, podemos encontrar coragem para, a cada momento, ir substituindo irritação por Serenidade.
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quinta-feira, 10 de março de 2011
RESGATE DOS LAÇOS AFETIVOS
Como estamos? Como são ou estão nossas relações afetivas? Vivemos ainda hoje chorando tudo que elas foram? Ou o que não conseguiram ser? Acreditamos que podemos revivê-las, que podemos resgatar esses laços iguais ao que eram no passado? Acreditamos que ainda conseguiremos mudar o outro para então sermos felizes? Já entendi que essa abordagem é falha e nos leva ao eterno conflito, ao cansaço, ao desânimo, a desistir, ao abandono? Estamos ao final de tudo ligados apenas pelo conflito, pelo sangue, pelo hábito, aprisionados por sonhos que se transformaram em pesadelos e laços em grilhões?
Talvez já possa entender que só EU posso, se quiser, romper essa corrente perversa que me acorrenta em nome do amor e buscar alternativas diferentes para cuidar de MIM e desse amor? A escolha é minha! Permanecer acomodada, acovardada na dor e no vazio dessas relações ou investir nas minhas mudanças. Preciso aprender a cuidar de mim para poder amar melhor! Não posso mudar as pessoas da minha vida, mas quando Eu Mudo, algo muda nas nossas relações. Quando abandono jogos, manipulações, mentiras, máscaras; quando escolho a verdade, quando sou me comunico com clareza, com assertividade, resguardando meu espaço, honrando meus limites, demonstro o respeito que tenho a mim mesma e sinalizo que é isso o que aceito na relação.
Mas, atenção! Quando mudo, assusto quem ainda não mudou! Preciso estar atenta também aos limites e à disponibilidade emocional de cada um de nós. Preciso comunicar o quanto quero investir na relação... mas, que não é a qualquer preço! Não quero aceitar novas manipulações, cobranças, abusos, ameaças, vergonhas e culpas. Elas fazem parte daquele jogo perverso que não quero mais para mim.
Atenção também à coerência de minhas atitudes com meus propósitos de reaproximação. Não forçar, mas demonstrar esse desejo através do saber ouvir, do sorrir, do elogio, de um toque, ainda que muito leve, mas paciente e terno. Respeitar o espaço, o medo e o tempo do outro como estou aprendendo a respeitar em mim. Tudo começa em Mim!
Buscar o resgate dos nossos laços afetivos, amorosos, faz parte do Despertar Espiritual, do despertar de nossa capacidade de realmente amar. Por ser tão difícil lidar com nossos medos e defesas, precisamos nos entregar a um Poder Maior, que tudo entende de Amor, de onde virá nossa força interior, nossa coragem para mudar.
Sugestões e comentários: mariatude@hotmail.com
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