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quarta-feira, 16 de março de 2011

IRRITAÇÃO


A irritação é uma energia nociva, mais sutil e disfarçada que a raiva, que cultivamos num processo autodestrutivo. Decorre e acompanha a contínua permissão de abusos, invasão, manipulação, cobrança, provocação, a que nos submetemos na tentativa de evitar confrontos, perdas de relações e de imagem. Decorre também de tudo que abafamos no nosso modo de ser, que calamos de nossas verdades, dos nossos desejos não revelados, das nossas expectativas frustradas; do mundo e das pessoas que não se enquadram nas nossas necessidades e anseios. Sob o poder dessa raiva surda, a irritação contínua nos faz sentir como um elástico esticado ao máximo, em estado de alerta para defesa constante e ataque repentino. Cuidado! Às vezes damos sinal de perigo “rosnando” impaciências para que entendam o “recado” e mudem seus comportamentos. Se insistirem, poderá vir o ataque, a tempestade que nos alivia, mas só momentaneamente.
A irritação nos corrói, e as nossas relações, como um ácido poderoso quando sua ação é constante e continuada. Ela vai se instalando, solapando nossas relações e nossa saúde física, emocional e mental. É uma agonia lenta e purulenta, que nos tira a alegria de Ser e Estar. Ela nos torna mal humorados, irascíveis, agressivos, corrosivos em nossas atitudes, revides e palavras. Ela impede toda ternura, gentileza, carinho, que poderiam nos aquecer e dar gostosura à vida; ela nos afasta e nos isola de quem nos irrita e a quem irritamos.
Como relaxarmos, afrouxarmos essa perversa tensão interior? Depende de quem? Dos que me irritam? Atenção! Minha irritação é só minha! Embora não pareça, ela não está atrelada às pessoas, às vezes tão irritantes, da minha vida! Depende só de Mim, conscientizar-me da importância de aceitar fatos, a vida, as pessoas, como elas são e não como eu queria que fossem! Aceitar não é gostar! Aceitar passa pelo respeito a Mim e a meu espaço na relação. Esse respeito só pode ser assegurado pela minha atitude honesta, clara e firme ao revelar, estabelecer e honrar meus limites nas relações. Somente esse exercício de assertividade, de boa vontade comigo, poderá ir desmanchando minhas defesas ácidas, aguerridas, apaziguando meu íntimo e me resguardando da irritação dos outros.
Estamos há muito tempo prisioneiros da visão equivocada de que podemos e devemos mudar os outros, de nos sentir vítimas de injustiças e reféns do medo e da preguiça de tentarmos nossas próprias mudanças. Mas, com humildade, buscando apoio de um Poder Superior paciente e amoroso, podemos encontrar coragem para, a cada momento, ir substituindo irritação por Serenidade.


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