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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O APRENDIZADO DO AMOR


            Somos seres originados de um Amor Maior. Por isso, só o amor, realmente, consegue nos preencher, dar um sentido maior à nossa vida. Só ele pode nos dar uma sensação de saciedade interior, de plenitude. JeanYves Leloup afirma que “nascemos e vivemos para aprender a amar”. Eu também acredito nisso. Afinal, buscamos todos ser felizes!

Em nosso ainda imaturo mundo interior, podemos perceber o Amor apenas em momentos especiais, quase em flashes, que nos deslumbram e aquecem. Na maioria das vezes, nos enganamos sobre ele, deformando-o, apequenando-o, confundindo-o com sensações apenas físicas e emocionais.
É natural, na medida em que o Amor nos perpassa também nestas dimensões. Mas ele é maior, mais abrangente... A busca dessa totalidade amorosa é incessante, contínua, em nossa evolução. Sentimos, até pressentimos, que dele nos originamos e que só nos encontraremos e completaremos quando pudermos vivenciá-lo de todas as formas, em todos os momentos... Ele é a nossa vocação (o que nos chama), nossa direção, nosso propósito, nossa destinação!

            Desde que nascemos iniciamos nosso aprendizado e exercício do amor. Aprendemos a amar com instinto de sobrevivência, buscando fora amar quem ou o que nos garantisse a vida, o conforto, o prazer. Nosso pequenino ego, defensivo e inseguro, nos levava a amar com apego, sugando, tirando do outro, do mundo, o que nos era prazeroso, necessário. Era um amor egoísta,  primitivo, possessivo, do Eu e do Meu, do dominador e do dominado. Atendia necessidades primárias que, quando evoluímos, já não nos satisfazem. (e se satisfazem, é porque não evoluímos!).Começamos, mais tarde, a entender e sentir a gratificação de Doar e Receber. Era o aprendizado do Amor da Troca. Mas ainda tínhamos muito medo de perdermos o “objeto” do nosso amor, de sermos rejeitados, preteridos. Ainda buscávamos fora. Aprendemos a usar máscaras que nos fizessem parecer mais bonitos e desejáveis e acabamos por nos apaixonar por nossas fantasias! E amamos corpo e alma, com paixão. E por ela mergulhamos em abismos, fizemos desatinos, fingimos, mentimos... Estávamos deslumbrados, apaixonados pelo Amor. Mas era um Amor de Troca, queríamos o mesmo do outro! E esse amor troca transformou-se em amar com perseguição, competição, luta, cobrança... Quem se doou mais? Quem fingiu mais? Quem recebeu menos? Quem é o melhor, e o pior?
A dor do desengano, das desilusões, a amargura de assistir à falência desse modelo amoroso, nos leva muitas vezes a desistirmos de amar ou a tentarmos repetir etapas, mudando apenas de pessoas.
Mas também pode nos preparar para a possibilidade de iniciarmos uma nova etapa do aprendizado do Amor: desapaixonar-se, deixar as fantasias, para nos vermos com mais realidade, maturidade, humanidade. É o início desse novo aprendizado, o exercício do Amor Parceiro, generoso, gentil, amigo. Amor que se respeita e respeita as diferenças, que aceita, que tem compaixão, que é solidário, que nos mantém unidos, mas livres. Um amor que trás alegria e gostosura às nossas vidas.

            Mas, precisamos mudar o foco. Todo esse processo precisa acontecer em mim, primeiro em mim. Preciso vivenciar esse processo interno que me leva a conhecer-me, aceitar-me e me ensina a amar com alegria, amar  descobrindo as muitas faces do Amor. Então, ele naturalmente transborda para os outros, para qualquer das minhas relações amorosas, familiares ou não.

            Estamos vivos, em movimento, em processo. Assim também o nosso aprendizado do Amor. Desde o Amor que suga e aprisiona, o amor que
troca e conflita, o amor que ilude e desilude, o amor que aproxima mas nos deixa livres...Ainda não estamos completos e nosso aprendizado também não. Em algum dia, em algum tempo, em algum momento, conseguiremos alcançar uma nova etapa, a do Amor Maior, Total, Abrangente a Tudo e Todos, Incondicional. E é exatamente de onde viemos!

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