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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

ENTÃO É NATAL !



           Festa doce, colorida, “alegre”, cheia de ternura, universal... Seu simbolismo de Amor, Amizade, Confraternização, ultrapassa fronteiras criadas por religiões, culturas e povos. Talvez seja porque nasceu do advento de um Mensageiro e sua Mensagem amorosa, uma “Receita Nova” para pessoas e povos, uma Receita de Amor entre todos como caminho para a libertação e felicidade.

            Mas que festa estranha o Natal está tornando-se, justamente, em Família e dentro de cada um de nós!
Travados por uma terrível dificuldade de lidar com nossos sentimentos, de demonstrá-los, nós nos vemos assolados por correntes afetivas em conflito, em confusão... Dentro de nós, de nosso oceano emocional, essas correntes se chocam:
 - correntes lentas, choradas, de saudade... dos que já se foram, dos natais da infância, da espera doce e mágica por Papai Noel...
 - correntes magoadas, chorosas, pelos “presentes” que não ganhamos, pelas expectativas amorosas que ainda não se realizaram, pelas presenças  queridas que cresceram e se dispersaram...
 - correntes poderosas, alimentadas por lembranças que trazem sentimentos de frustração, raiva, ciúmes, ressentimento, pelas doces palavras sempre esperadas, que jamais vieram, por “vergonha” de expressar doçura e amor num mundo tão irônico, aguerrido, defensivo...
 - correntes ansiosas, excitadas, de alegrias e tristezas, infantis e adultas...  –  - correntes de muita ansiedade na luta pelas presenças divididas e disputadas, em famílias partidas, subdivididas...

            Tudo se chocando dentro de nós, aumentado por uma força maior – a da importância desses laços da Família! Às vezes ficamos tão tocados e mexidos, que fugimos para a “solução” simplista, que nossa cultura materialista nos recomenda: “sepulte sentimentos com coisas, agrados, compre mais, mais e mais...”. E mesmo assim nos perguntamos,  atormentados: “Será que tudo isto conseguirá dizer da grande importância que vocês têm para mim? Sempre me fica a impressão que tanto ainda é pouco, barato, sem graça... E talvez vocês não gostem!”
 Brincamos e sorrimos, mas que agonia! Que tolice querer que coisas, mesmo as melhores e mais caras, digam o que não conseguimos expressar com palavras, gestos, olhares - o nosso desejo de ser amado, de sermos especiais para vocês e o quanto vocês o são para nós...
E se os muitos presentes não aquietarem os sentimentos, pode-se sepultá-los sob uma grande mistura de sabores e comidas e finalmente afogá-los em muito álcool!

            Natal – festa que, assim, se torna estranha e dolorida! Mas não é assim que a desejamos!  Não precisa ser assim! Cada um de nós tem o poder de construir seu próprio Natal – com Simplicidade!

Quero desfrutá-lo com aceitação do meu mundo interior, mesmo tumultuado; sem brigas comigo mesma, sem expectativas, sem tentativas de controle da festa, sem cobrança de dívidas antigas de mim, dos outros ou da Vida - apenas com Gratidão pela mensagem Leve, Doce e Amorosa que ele nos traz.
  
            Natal é a reafirmação de uma promessa: a de que, através do Amor, da Gentileza, da Boa Vontade alcançaremos a Paz, Alegria, Felicidade!
 Sejamos coerentes com nosso desejo e decidamo-nos a ter um Feliz Natal!
                                  
“Depende de nós...”