Festa doce, colorida, “alegre”, cheia de ternura, universal...
Seu simbolismo de Amor, Amizade, Confraternização, ultrapassa fronteiras
criadas por religiões, culturas e povos. Talvez seja porque nasceu do advento
de um Mensageiro e sua Mensagem amorosa, uma “Receita Nova” para pessoas e
povos, uma Receita de Amor entre todos como caminho para a libertação e
felicidade.
Mas que festa
estranha o Natal está tornando-se, justamente, em Família e dentro de cada um
de nós!
Travados por uma terrível dificuldade de lidar com nossos sentimentos,
de demonstrá-los, nós nos vemos assolados por correntes afetivas em conflito,
em confusão... Dentro de nós, de nosso oceano emocional, essas correntes se
chocam:
- correntes lentas,
choradas, de saudade... dos que já se foram, dos natais da infância, da espera
doce e mágica por Papai Noel...
- correntes magoadas,
chorosas, pelos “presentes” que não ganhamos, pelas expectativas amorosas que
ainda não se realizaram, pelas presenças queridas que cresceram e se dispersaram...
- correntes
poderosas, alimentadas por lembranças que trazem sentimentos de frustração,
raiva, ciúmes, ressentimento, pelas doces palavras sempre esperadas, que jamais
vieram, por “vergonha” de expressar doçura e amor num mundo tão irônico,
aguerrido, defensivo...
- correntes ansiosas,
excitadas, de alegrias e tristezas, infantis e adultas... – -
correntes de muita ansiedade na luta pelas presenças divididas e disputadas, em
famílias partidas, subdivididas...
Tudo se
chocando dentro de nós, aumentado por uma força maior – a da importância desses
laços da Família! Às vezes ficamos tão tocados e mexidos, que fugimos para a
“solução” simplista, que nossa cultura materialista nos recomenda: “sepulte
sentimentos com coisas, agrados, compre mais, mais e mais...”. E mesmo assim
nos perguntamos, atormentados: “Será que
tudo isto conseguirá dizer da grande importância que vocês têm para mim? Sempre
me fica a impressão que tanto ainda é pouco, barato, sem graça... E talvez
vocês não gostem!”
Brincamos e sorrimos,
mas que agonia! Que tolice querer que coisas, mesmo as melhores e mais caras,
digam o que não conseguimos expressar com palavras, gestos, olhares - o nosso
desejo de ser amado, de sermos especiais para vocês e o quanto vocês o são para
nós...
E se os muitos presentes não aquietarem os sentimentos,
pode-se sepultá-los sob uma grande mistura de sabores e comidas e finalmente
afogá-los em muito álcool!
Natal –
festa que, assim, se torna estranha e dolorida! Mas não é assim que a
desejamos! Não precisa ser assim! Cada
um de nós tem o poder de construir seu próprio Natal – com Simplicidade!
Quero desfrutá-lo com aceitação
do meu mundo interior, mesmo tumultuado; sem brigas comigo mesma, sem
expectativas, sem tentativas de controle da festa, sem cobrança de dívidas
antigas de mim, dos outros ou da Vida - apenas com Gratidão pela mensagem Leve,
Doce e Amorosa que ele nos traz.
Natal é a reafirmação de uma promessa: a
de que, através do Amor, da Gentileza, da Boa Vontade alcançaremos a Paz, Alegria, Felicidade!
Sejamos coerentes com
nosso desejo e decidamo-nos a ter um Feliz
Natal!
“Depende de nós...”