É o que acontece quando nos acomodamos às situações, não
porque estejamos satisfeitos com elas e sim para evitarmos ação, para não
enfrentarmos mudanças. Mas tudo que não se movimenta, que não se modifica,
acaba por adoecer, até morrer! Algumas relações vão se tornando destrutivas,
distorcidas, em conseqüência da estagnação a que as forçamos, acomodando...
Conformamo-nos com o que está mal, desistindo de desfrutar o que pode ser bom!
Acomodamo-nos
às rotinas indesejáveis, nos enganando, desatentos, afirmando que “assim é
melhor”, que “em time que está ganhando não se mexe”, deixando de perceber que
o “time” já se desarrumou, que já está perdendo, que talvez o jogo já tenha até
acabado!
Nós nos enganamos, acomodados,
olhando outras relações à nossa volta, relações falidas, repetindo - “é assim
mesmo”! E responsabilizamos o tempo pela falência dos nossos amores!
Nós nos desculpamos, cansados, frustrados, e já então, acomodados,
pelas tentativas erradas e infrutíferas de mudar o outro! E esperamos que um novo
Outro apareça, nos salve e traga felicidade... Acomodamo-nos à espera
fantasiosa de sermos “salvos”, sem precisar agir e nos modificar!
Nós nos enganamos, acomodados,
deixando aos outros a iniciativa de atitudes de mudança que sacudam a relação
para, então, nos sentirmos vítimas e, magoados, reagirmos contra a mudança!
A acomodação nasce do medo de
enfrentarmos as distorções e desvios resultantes de nossas relações equivocadas
conosco mesmos e com os outros. E do
medo de encarar o novo que nossas mudanças trarão para nós mesmos nessas
relações. Ela é nutrida pelo auto-engano , quando nos negamos a ver
(ou rever) nossas crenças/pensamentos, sentimentos e atitudes e pela preguiça, um defeito de caráter que,
por comodismo, tendemos a minimizar, mas que nos mantém encalhados, estagnados,
desviados de nosso alvo – a Felicidade.
Só uma atenção honesta conosco mesmo nas nossas relações e uma ação corajosa,
perseverante, cuidadosa e amorosa nos tornará livres da letargia mortal da
Acomodação.