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sábado, 20 de julho de 2013

A DOR AINDA ESCONDIDA!


          É a dor ainda não chorada, a dor não gritada, a dor mascarada por um riso que não acha graça, de indiferença fingida, de superação total...
Por que eu, ainda, a tenho sufocado?  De novo, eu me questiono:
Será a “certeza” de que minha dor não será entendida?
Será o medo de “mexer” com ela, de encará-la de frente?
Será a insegurança ou a vergonha orgulhosa de não querer expô-la aos outros, o medo de quebrar minha imagem construída?
Será a pretensão de poupar os outros, de decidir por eles se querem ou não se emocionar, compartilhar...

            Eu escolhi/aprendi a agir como pudesse para controlar minha dor. Não queria senti-la, nem revelá-la. Mas o custo dessa luta é muito alto!
E é uma luta perdida, tentando controlar o incontrolável – dimensões de mim mesma! Fujo tanto da dor e dói do mesmo jeito! Assim “controlada” parece que dói ainda mais, gritando para ser liberada. A dor é o alarme soando, gritando-me que estou viva, que existo também através de meus sentimentos, que preciso dar-lhes voz, respeitá-los, respeitar minha humanidade.

            Tenho tentado enfrentar meu medo de sofrer, o medo de ser quem sou nas circunstâncias de minha vida. Mas como é difícil me desarmar, abrir mão das defesas que me habituei a construir e que agora me aprisionam!
Já entendi como essas defesas funcionam e porque foram criadas/cuidadas para me livrar dos “perigos” da dor. Eu já entendi como essas defesas me isolam de mim mesma, dos meus sentimentos, como me isolam das pessoas do meu mundo!  Já caminhei um bom pedaço para entender tudo isso em mim, mas fico ainda assombrada como, apesar desse entendimento, é difícil desistir dessa “proteção”, simplesmente abrir meu coração e sentir... Ousar  sentir, deixar sair, me revelar, me libertar...

            Entendo agora o quanto é longo/comprido o caminho entre a mente e o coração, entre o novo entendimento e os velhos sentimentos. Defendemo-nos tanto... E agora, como liberar essas emoções?  Vejo-me, tanta vezes, arranjando desculpas para adiar atitudes de honestidade e lealdade comigo mesma...

            Hoje, mais uma vez, escrevo, me revelo, compartilho, para me fortalecer, me encorajar, nessa tarefa de desconstruir essas defesas para simplesmente poder desfrutar/curtir a liberdade de, apenas, Ser quem Sou.