Qual o sentido da Vida?
Qual o porquê de estarmos aqui?
Mesmo sem termos respostas filosóficas ou religiosas, ou
mesmo sem que tenhamos nos perguntado sobre isso, parece que a nós, seres
vivos, o sentido desse viver seria o desejo de “felicidade”. Mas o que é
felicidade vem se modificando conforme os seres evoluem.
Num estágio
animal, a “felicidade” é a instintiva busca pela sobrevivência física e, já em
alguns, o início dos prazeres físicos e psicológicos: comer, beber, procriar,
lutar pela dominância, pelos privilégios sexuais, pelo poder territorial. É uma
fase de ataque/defesa que se prolonga num novo estágio que o Homem atinge ao
desenvolver sua capacidade de pensar, sua mente.
Quando
passamos a desenvolver o raciocínio, passamos a usá-lo ainda como arma de
defesa/ataque, embora com muito maior sofisticação tecnológica. Estruturamos
nosso ego (crenças/pensamentos) coerente com essa luta, “educamos” ou
aprisionamos os sentimentos que estivessem em desacordo e continuamos a buscar
nossa sobrevivência física, passando a enriquecê-la com requintes de prazer e o
vislumbrar do Amor (ainda que primário, possessivo). O sentido da Vida, a
“felicidade” parecia depender de nossa capacidade de desfrutarmos e acumularmos
mais o que era prazeroso: mais
alimento, mais sexo, mais prestígio, mais poder, mais novidades, mais “amores”,
mais diplomas, mais títulos, mais razão... e mais dinheiro, que nos traria mais
de tudo isso! Tornamo-nos acumuladores e carcereiros/prisioneiros de tudo e todos.
E, por triste ironia, afinal, tudo e todos aqui deixamos!!!
Buscando a felicidade na direção
do mundo, “cuidamos” exageradamente do corpo, nos comparando sempre, guerreamos,
subjugamos, nos apossamos de bens e pessoas. Sabemos cada vez mais do mundo exterior,
do virtual, até do astral... Só não conseguimos, ainda, ser felizes!!!
Descobrimo-nos ansiosos, frustrados, ressentidos, raivosos, agressivos,
violentos, confusos... e vazios da tal felicidade!
Por que?! Ao animal/racional parecia bastar tudo isso!
“Mas com gente é diferente”! Somos mais que um corpo e uma mente! E a Dor desse vazio frustrante/frustrado é que
nos faz continuar a buscar a Felicidade, já agora, uma nova percepção da
Felicidade, em um novo patamar de nossa evolução.
Começamos a
descobrir que o Mistério Humano não se reduz a instinto e raciocínio, não se
contenta com o prazer material e psicológico. Estamos em um corpo instintivo, temos
uma mente criativa, mas Somos algo
mais – Somos Seres Espirituais – e
precisamos ir adiante se quisermos ser felizes. Precisamos seguir em direção ao
que verdadeiramente Somos para
desfrutarmos dos doces valores de nossa dimensão espiritual – valores que,
realmente, trazem beleza e alegria à Vida.
Precisamos
mudar a orientação de nossa busca!
“Sob nova direção”, sob a direção de nós mesmos e não do
mundo (das mídias mundanas) devemos ter olhos, ouvidos e coração atentos na travessia
interior que precisamos fazer para nos descobrir, para nos aceitar e nos
liberar das sombras doídas que o mundo nos tinha ensinado a abafar e disfarçar.
E precisamos fazer essa travessia com firmeza, perseverança, paciência e bom
humor, de forma amorosa, para não desistirmos. E nesse caminhar descobriremos
também nossos dons de coragem, de criatividade, nossa capacidade de doar e
servir... Descobriremos o melhor de nós.
O Sentido da vida nesse processo
de busca passa pelo gozo, com temperança e suficiência, de nossas necessidades
físicas, passa pelo aproveitamento e refinamento de nossa capacidade de pensar e
criar com ética e responsabilidade e passa pelo deleite, cada vez maior, de
desfrutar as alegrias das muitas faces do amor (compaixão, verdade,
generosidade, ternura, cooperação, gentileza...) trazendo-nos cada vez mais um
sentimento de integridade e completude – E isto é Felicidade!