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quarta-feira, 10 de julho de 2013

O SENTIDO DA VIDA


           Qual o sentido da Vida?  Qual o porquê de estarmos aqui?
Mesmo sem termos respostas filosóficas ou religiosas, ou mesmo sem que tenhamos nos perguntado sobre isso, parece que a nós, seres vivos, o sentido desse viver seria o desejo de “felicidade”. Mas o que é felicidade vem se modificando conforme os seres evoluem.

            Num estágio animal, a “felicidade” é a instintiva busca pela sobrevivência física e, já em alguns, o início dos prazeres físicos e psicológicos: comer, beber, procriar, lutar pela dominância, pelos privilégios sexuais, pelo poder territorial. É uma fase de ataque/defesa que se prolonga num novo estágio que o Homem atinge ao desenvolver sua capacidade de pensar, sua mente.

            Quando passamos a desenvolver o raciocínio, passamos a usá-lo ainda como arma de defesa/ataque, embora com muito maior sofisticação tecnológica. Estruturamos nosso ego (crenças/pensamentos) coerente com essa luta, “educamos” ou aprisionamos os sentimentos que estivessem em desacordo e continuamos a buscar nossa sobrevivência física, passando a enriquecê-la com requintes de prazer e o vislumbrar do Amor (ainda que primário, possessivo). O sentido da Vida, a “felicidade” parecia depender de nossa capacidade de desfrutarmos e acumularmos mais o que era prazeroso: mais alimento, mais sexo, mais prestígio, mais poder, mais novidades, mais “amores”, mais diplomas, mais títulos, mais razão... e mais dinheiro, que nos traria mais de tudo isso! Tornamo-nos acumuladores e carcereiros/prisioneiros de tudo e todos. E, por triste ironia, afinal, tudo e todos aqui deixamos!!!

Buscando a felicidade na direção do mundo, “cuidamos” exageradamente do corpo, nos comparando sempre, guerreamos, subjugamos, nos apossamos de bens e pessoas. Sabemos cada vez mais do mundo exterior, do virtual, até do astral... Só não conseguimos, ainda, ser felizes!!! Descobrimo-nos ansiosos, frustrados, ressentidos, raivosos, agressivos, violentos, confusos... e vazios da tal felicidade!

Por que?!  Ao animal/racional parecia bastar tudo isso! “Mas com gente é diferente”!  Somos mais que um corpo e uma mente!  E a Dor desse vazio frustrante/frustrado é que nos faz continuar a buscar a Felicidade, já agora, uma nova percepção da Felicidade, em um novo patamar de nossa evolução.

            Começamos a descobrir que o Mistério Humano não se reduz a instinto e raciocínio, não se contenta com o prazer material e psicológico. Estamos em um corpo instintivo, temos uma mente criativa, mas Somos algo mais – Somos Seres Espirituais – e precisamos ir adiante se quisermos ser felizes. Precisamos seguir em direção ao que verdadeiramente Somos para desfrutarmos dos doces valores de nossa dimensão espiritual – valores que, realmente, trazem beleza e alegria à Vida.

            Precisamos mudar a orientação de nossa busca!
“Sob nova direção”, sob a direção de nós mesmos e não do mundo (das mídias mundanas) devemos ter olhos, ouvidos e coração atentos na travessia interior que precisamos fazer para nos descobrir, para nos aceitar e nos liberar das sombras doídas que o mundo nos tinha ensinado a abafar e disfarçar. E precisamos fazer essa travessia com firmeza, perseverança, paciência e bom humor, de forma amorosa, para não desistirmos. E nesse caminhar descobriremos também nossos dons de coragem, de criatividade, nossa capacidade de doar e servir... Descobriremos o melhor de nós.

O Sentido da vida nesse processo de busca passa pelo gozo, com temperança e suficiência, de nossas necessidades físicas, passa pelo aproveitamento e refinamento de nossa capacidade de pensar e criar com ética e responsabilidade e passa pelo deleite, cada vez maior, de desfrutar as alegrias das muitas faces do amor (compaixão, verdade, generosidade, ternura, cooperação, gentileza...) trazendo-nos cada vez mais um sentimento de integridade e completude – E isto é Felicidade!