A todo momento, nas relações humanas, surge a ameaça de
Fogo!
Mas, em meio ao calor gerado pelo confronto de nossos egos,
pelo estranhamento de nossas diferenças, podemos escolher ser o incendiário ou
o bombeiro!
- Sou o incendiário
que sopra, abana, que aviva e reaviva o calor, até fazer eclodir o fogo?
- Sou o bombeiro que
busca apaziguar, apagar ou não deixar o fogo se propagar e que, mesmo depois,
cuida de fazer o rescaldo, não deixar, de novo, o fogo reviver, esfriando as
cinzas ainda quentes que restaram?
- Ou ainda, sou o
terreno inflamável, sempre pronto a receber fagulhas e sopros “amigos e
venenosos” de fora?
Somos
incendiários quando, ante as dificuldades geradas por essas disputas em
quaisquer relações, querendo “mostrar serviço”, querendo ser o “melhor amigo”,
emitimos, muitas vezes, opiniões agressivas ou maldosas que magoam, irritam,
lançam os incautos às lutas, ao rancor, à desconfiança, ao fogo da raiva ou da
indignação... “ Se eu fosse você... Se fosse comigo...”
Também agindo como um incendiário maldoso, bobo ou
irresponsável nas relações (íntimas ou não, até entre povos e nações), atuando diretamente
ou através das mídias, tornamo-nos o inflamável indispensável às lutas, à
amargura, aos revides. Atuamos, então, como promotores do mundo, apontando e caçando
sempre os errados e os culpados, sem nos preocuparmos em buscar soluções. Esse papel nos traz à vida um eterno gosto de
azedume e fel, o mesmo que levamos aos outros. É muito triste tornarmo-nos os
arautos, os mensageiros do ódio disfarçado de indignação, alimentando fogueiras
destrutivas naqueles que se deixam incendiar!
Muitas
vezes somos “inocentes”, terra fértil às manipulações dos incendiários de
plantão, que nos levam a brigas que, muitas vezes, nem são nossas! É importante
a atenção: Não quero brigar as brigas dos outros!!! Não quero ser objeto
manipulado pelos que me chegam como “amigos”, alimentando minhas carências e
vaidade com “inocentes” comentários que me fazem inflamar e partir para o
revide, para a luta. É minha responsabilidade escolher o que ouvir, o que fazer
com o que ouvi, coerente com o que quero para mim – brigar ou me apaziguar! Se
quero paz, preciso sempre apagar, e não retro alimentar, meus incêndios
interiores e o fogo nas minhas relações. Não posso ser o inocente inflamável
que se deixa levar para relações ressentidas, calcinadas, em constante
ressurgir dos incêndios...
Posso,
afinal, escolher ser o bombeiro que chega suave, com a água do sereno,
serenando, procurando trazer a paz entre as pessoas e para mim mesma. É muito
bom poder ser o mensageiro de boas notícias ou de comentários que tragam
alegria e tranqüilidade, escolher ser uma ponte generosa e de paz entre as
pessoas. É muito gostoso atenuar o fogo gerado pelas paixões, raivas e mágoas.
Ser a água que “refresca cabeças” com palavras e gestos de compreensão, de
possíveis desculpas, ou apenas uma companhia silenciosa e amiga, sem espalhar
ou repassar fogo e fagulhas.
E escolher ser o que traz tranqüilidade, pronto a ouvir, pronto
a ter uma palavra de aceitação da realidade, pronto a cortar o fogo com
assertividade, pronto a acolher o que não pode ser modificado... Tudo isso me
leva a usufruir e transmitir calma, acolhimento e alegria.
Preciso estar atenta! Todo
incêndio nasce de pequenas ou grandes manipulações, de pequenas ou grandes desatenções,
interiores ou exteriores. Preciso estar fazendo a opção a cada momento:
Levar o FOGO OU Trazer a ÁGUA ?