Qual é a minha Causa? E a tua Causa? Orientar a Família? Cuidar da Juventude ou da Infância ou da
Velhice? Proteger os Animais ou a Natureza? Lutar pela Liberdade?
Servir a uma Ideologia? Levar a Palavra? Salvar o Outro?... Tantas são as
Causas quanto os Homens!
Mas precisamos estar atentos a
nós mesmos! Tudo pela Causa! Tudo o quê? Vale tudo? Os fins, a nossa Causa, se
sobrepõem ou justificam qualquer meio?
As causas pelas quais vivemos e
lutamos, acabam por significar para nós uma missão de resgate e salvação, do
Outro e do Mundo. Elas nos empolgam, nos mobilizam, nos subjugam, nos
exaltam... Exaltam nossa própria importância, podendo ratificar nosso orgulho e
favorecer nossa vaidade. Passamos a acreditar e a nos ver como os que se
sacrificam pela “salvação dos outros”. Sentimo-nos indispensáveis, únicos à
preservação da luta. Muitas vezes, tornamo-nos reféns de nossas causas e cegos
ao modo como as conduzimos ou como nos conduzimos nelas.
Perdemos, ou nem chegamos a adquirir, um olhar interior para
vermos com que crenças ou sentimentos nos entregamos às nossas lutas.
“Tudo vale
a pena, se a alma não é pequena”.
Como está minha alma nesse caminhar? Consigo entender que a
primeira e principal Causa de minha vida sou Eu, minha alma caminhante,
meu despertar espiritual, minha
libertação interior?
A partir desse desvelo e atenção constante e amorosa com meu
mundo interior é que posso me dedicar aos desafios e questões de minhas outras
causas. Só assim, com Verdade e
Generosidade, posso executar as tarefas missionárias que minhas causas exigem.
Preciso ter Humildade para me examinar e preparar interiormente e então me
dedicar, com gentileza, carinho e respeito ao mundo exterior, às pessoas e aos ideais.
A Grande
Causa somos nós mesmos. Caminhamos depois para aqueles que a vida colocou bem
próximos a nós, para os menos próximos, até para os mais distantes...
transbordando, numa cruzada de dedicação, às várias formas de Servir e
Compartilhar em nossas outras causas.
Não posso perder esse foco e entrar num processo de
auto-engano, de perder-me de mim.
“Tudo pela Causa” que me foi
confiada por um Poder Amoroso Maior: Conhecer-me, cuidar-me, transformar-me – para bem servir a outras Causas!