É o resultado de minha escolha, ainda que inconsciente, de
eternizar alguns sentimentos em mim. É quando faço questão de “re-senti-los”, ao ficar revivendo
as situações ou os meus pensamentos – o que pensei sobre as situações e as pessoas,
a vida, Deus... – que criaram esses sentimentos.
Queremos todos
ser felizes, mas por que, muitas vezes, fazemos questão de só re-sentir os sentimentos negativos,
aqueles que nos fazem sofrer?
Ficamos ressentidos quando remoemos frustrações, raivas,
mágoas... Até culpas e vergonhas que, acreditamos, “nos foram impostas pelos
outros”!
Ficamos assim reféns de um
passado doloroso que nos maltrata até hoje, no presente. E aprisionados, não
conseguimos re-significar os fatos e
as pessoas envolvidas - eu e os outros. Somente
continuamos a nos ver como vítimas de pessoas e circunstâncias. Não conseguimos nos ver de forma diferente, de assumir
nossa responsabilidade pelas nossas escolhas no passado. Ficamos impedidos de
aceitar as diferenças e os diferentes. Não conseguimos ser realistas e
assertivos em nossas relações atuais, porque tornamo-nos “blocos” emparedados,
cegos, num mundo estreito, cheio de zonas mortas, de pessoas “mortas” ou
“marcadas”... Um mundo feio, seco, amargo, que não nos nutre de alegria e
felicidade.
Além de tudo isso, eu me pergunto:
Por que então não escolher re-sentir
os sentimentos gostosos, que nos trazem alegria? Por que não re-sentir os momentos leves de
aceitação, de ternura, de carinho, de generosidade, de companheirismo...?
Preciso ser coerente! Quero estar
bem e sou livre para escolher o que cultivar em mim! Preciso estar atenta aos re-sentimentos antigos, preciso re-ve-los, re-significá-los e re-viver,
re-sentir, os bons momentos em
minhas eventuais incursões ao
passado.