Qual a
imagem que tenho de mim? Como me vejo? Como me percebo?
Temos uma auto imagem
que é/foi construída ao longo de nossa vida através, principalmente, de como éramos
vistos, nomeados, cobrados... reforçados continuamente por adjetivos,
expectativas – positivas ou negativas – na família, na escola, na igreja... São imagens criadas, rótulos familiares que
nos foram impostos de forma leviana, superficial, prematura, na medida em que
nada sabiam “a priori”, realmente, de nossas dificuldades e
possibilidades. E essa auto imagem
criada nos aprisiona, não nos deixando descobrir o que queríamos/ podíamos ser, o que ainda somos, do tanto que seríamos capazes...
Apenas acreditamos,
aceitamos, nos submetemos, nos enganamos e, assim, fomos caminhando pela vida, tristes
ou humilhados, tolos ou arrogantes, ruins ou bondosos, inteligentes ou ”burros”,
etc...E quando não aceitamos esses rótulos, de forma surda ou gritada, quando
nos revoltamos com a imagem que nos foi imposta, carregamos pela vida uma
eterna luta, tendo muita dificuldade em descobrir e afirmar quem somos e o que
realmente podemos e queremos.
É muito difícil ao indivíduo nadar contra a corrente do grupo
social. Precisamos tanto de aprovação! Na maioria das vezes parecemos nos
submeter ao jogo e acabamos por construir uma imagem para expormos ao mundo,
nos tornamos um mero produto para “uso externo e complicamos para sempre quaisquer relações mais
verdadeiras em nossas vidas.
Qual a imagem que revelo ao mundo? Elas são imagens que
criamos, adequadas às circunstâncias e aos grupos onde estamos. Em função
disso, construímos às vezes várias imagens, muitas delas conflitantes entre si! Elas funcionam como “máscaras de ferro”, na
medida em que nos aprisionam porque temos muita dificuldade em sairmos do
“abrigo” dessa imagem adaptada. “Sou assim! Já me conhecem assim! Não preciso
ousar nada diferente...”
Imagens, impostas ou escolhidas, são apenas disfarces,
armaduras, fantasias, que nos impuseram ou que nós mesmos forjamos e projetamos
no mundo para aprovação social ou por acomodação. Através delas podemos nos acreditar ou nos mostrar ameaçadores, superiores, arrogantes, inatingíveis... ou
pequenos, menores, “humildes”, sacrificados, incompreendidos...
Imagens têm um custo energético, emocional, espiritual e
até “evolutivo”. Enquanto estivermos reféns delas não nos permitiremos ser quem somos,
descobrir o que podemos ser e nem nos
relacionaremos com honestidade e confiança. O que poderá ir nos libertando é o
exercício constante da “quebra de imagem”, É ousar olhar com mais verdade para
o que sinto, penso e posso e agir de modo “inesperado”, mas verdadeiro.
Quando a imagem que tenho de mim for se
revelando mais simples e real e eu conseguir ir transmitindo-a ao mundo, igual
e verdadeira, sei que estarei a caminho do respeito e da libertação de mim
mesma.