Iniciamos nossa caminhada nesta vida, leves, “sem noção”,
com a “inocência cor de rosa” dos inícios, quando ainda não temos lembranças do
antes, nem medo do depois. Vivíamos nessa primeira etapa, na infância, a bênção
do agora, do momento...
Mais tarde, proibições,
cobranças, enganos, desenganos, dores... por amor ou sem amor, começaram a nos
acordar para as dificuldades da vida e de nossas relações. Chegara o momento de
nos “darmos conta” dos problemas, dos desafios.
Logo buscamos soluções para as
nossas dores nas pessoas do mundo à nossa volta: imputamos culpas, procurávamos
desculpas, queríamos que outros lutassem as nossas lutas e atendessem às nossas
expectativas, que nos trouxessem anestesias para as nossas dores, que dessem
sentido e significado às nossas vidas, às vezes tão vazias...
E durante muito tempo sofremos, em
vão procurando as respostas nessa direção errada, até que, humildes, pudemos
admitir que talvez estivéssemos enganados, que a direção para resolução de nossas
questões era outra, estava em nós mesmos!
Passamos então a nos olhar com
atenção, procurando por nós mesmos, buscando descobrir os entraves interiores e
também os dons que tornariam possível as nossas soluções.
E começamos a entender que precisávamos nos modificar para nos
liberarmos. Descobrimos, então, que seria necessário algo mais: precisávamos desejar e querer nos modificar, para
podermos conseguir as forças, o entusiasmo e a coragem para mudar!
E a cada dia fomos conseguindo
conquistar algumas “pequenas e incríveis” vitórias pessoais – estávamos
finalmente fazendo a diferença em alguns aspectos de nossas vidas! E nos
deslumbramos e desfrutamos nossas conquistas, nossos pequenos traços de
liberdade!
Mas a vida continua e novos
desafios e novas dores nos convocam para novas descobertas. E continuamos, já
com um saber maior, até com alguma sabedoria. Já é mais rápido o “dar-se
conta”, já sabemos também a direção certa para as novas descobertas, e já
sabemos que precisamos e queremos as nossas mudanças. Já estamos aprendendo a
aceitar e lidar com nossos medos, fugas, negações... e onde buscarmos nossa
força. Já estamos adquirindo uma doce intimidade conosco mesmos. Já sabemos que
uma Força Amorosa nos habita, confia em nós e isso nos torna mais confiantes e
pacientes! Já descobrimos até a alegria em ser quem somos!
Embora nossa natureza, ainda tão humana, nos faça resmungar e reclamar...
sabemos que vale a pena continuar!
O caminho não acaba, mas torna-se,
certamente, cada vez mais seguro e gratificante o nosso caminhar!