Quais são os nossos limites?
Na verdade, não sabemos, porque somos seres de certa forma em aberto!
Sabemos de nossa origem divina e de nossa destinação, também divina, mas nesse
trajeto, nesse ínterim, precisamos compartilhar,
e delimitar, o tempo e o espaço que necessitamos para crescer, nos expandir,
florescer... para cumprirmos nosso propósito de vida sem “trombarmos”, sem
sufocar ou nos deixarmos sufocar uns pelos outros.
É difícil
chegar a entender essa necessidade porque aprendemos que amar era misturar
nomes, desejos, idéias, escolhas, corpos... Que era preciso invadir, resgatar,
cuidar, ceder sempre, a qualquer preço, por amor!
Só quando
me reconheci frustrada e magoada em minhas relações de maior significado afetivo, quando recebi a
“ingratidão” daqueles que invadi para servir, quando perdi a chance de receber
o amor que tanto busquei, quando me senti gasta, sucateada, vazia, de tanto me
doar... só então comecei a questionar a crença da possibilidade e eficácia de
um “amor misturado”!
Quero começar a me organizar em minhas
relações!
Mas, quais são os
meus limites? Conheço tão pouco de mim!
Só estando atenta e cuidadosa comigo mesma posso começar a
saber e sentir o que gosto ou não gosto, o que quero ou não quero, o que posso
no momento ou o que, ainda, não posso. Meus dons, desejos, possibilidades e
necessidades físicas, emocionais, espirituais... são incríveis descobertas que
preciso/quero fazer para, então, poder comunicar a todos que esses são, no
momento, os meus limites. Como sou/estou viva mutante, flexível... meus limites
também mudam, por isso quero estar sempre atenta a mim para poder atualizá-los!
Agora sei
que é de minha inteira responsabilidade a tarefa e o exercício de buscar ter
coragem e lealdade a mim para ser honesta e claramente estabelecer e comunicar a todos os meus limites. É também minha
responsabilidade resguardar e honrar
esses meus espaços...
Isto é Respeito!
Muitas
vezes nesse exercício da assertividade posso recair no modelo antigo de invasão
e permissividade ou posso ficar tão rígida para não facilitar que corro o risco
de me fechar, distanciar e perder a ternura e a alegria! Tudo faz parte do processo de reeducação do
meu ego preso a crenças equivocadas. Ainda acredito que o importante é continuar, sem desistir, num exercício
constante, com carinho e bom humor, tentando me relacionar, “um dia de cada
vez”, de forma simples, honesta e firme,
mas com um sorriso que é sempre um convite ao amor.