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quarta-feira, 16 de julho de 2014

PRECISAR E QUERER


           Há muito tempo ouvi: Qualquer recuperação não é para quem precisa, mas sim para quem Quer!
N verdade, todos precisamos de mudanças em nosso caminhar para superarmos os impasses com que nos defrontamos. Mas o simples reconhecimento de que “precisamos” de mudanças em nós ou em nossa vida ainda não nos motiva a “querer” mudar.

            Tudo é um processo e chegar a entender que precisamos mudar é mais uma etapa. Esse simples reconhecimento pode nos pesar, nos agoniar, nos fazer sofrer, reclamar, nos fazer sentir vítima, nos aprisionar em auto-piedade... Ficamos muitas vezes impactados, paralisados pela dimensão dos problemas, clamando e reclamando que necessitamos da ajuda de Deus, da família, da sociedade... ou até reconhecendo, com desânimo, que depende de nós a mudança, mas tudo isso ainda não nos leva a querer mudar!

            Acredito que simplesmente repetir que “preciso”, devo, “tenho que”, tem o peso de uma obrigação que, muitas vezes, nos faz protelar o caminhar para a mudança ou até nos faz desistir dela!

            Querer me leva adiante! Traz a força de um desejo, nasce da liberdade de uma escolha. Traduz um ato de vontade e traz energia sempre  renovada ao caminhar escolhido.
As dificuldades perdem o peso da falta, da carência, da miséria, da injustiça, dos nossos erros, porque quero superá-los, quero me recuperar!
Sou inundada pelo ânimo, pela “coragem para mudar”... e aceito os novos desafios a serem superados, porque  entendo que além de cada um deles, terei novas descobertas e o desfrutar de novos patamares de mim, mais liberdade... Já não me canso tanto, já não me sinto tão “obrigada”! Vou descobrindo o prazer dos desafios aceitos, a alegria de caminhar...

            Tenho dito tantas vezes “eu preciso”! Já entendi, descobri e aceitei que preciso de mudanças em mim e em minha vida, mas agora é hora de dar um passo adiante e querer!

Mas repito para mim: Cuidado! Como estará se transformando esse meu querer? Qual o preço desse querer? Atenção, para não transformar a escolha do querer numa nova luta perfeccionista, sem respeitar meus limites, com muita seriedade, sem aceitação do meu tempo para mudar, sem alegria... recaindo num velho “tenho que”!