Há muito tempo ouvi: Qualquer recuperação não é para quem
precisa, mas sim para quem Quer!
N verdade, todos precisamos de mudanças em nosso caminhar
para superarmos os impasses com que nos defrontamos. Mas o simples
reconhecimento de que “precisamos” de mudanças em nós ou em nossa vida ainda
não nos motiva a “querer” mudar.
Tudo é um
processo e chegar a entender que precisamos mudar é mais uma etapa. Esse
simples reconhecimento pode nos pesar, nos agoniar, nos fazer sofrer, reclamar,
nos fazer sentir vítima, nos aprisionar em auto-piedade... Ficamos muitas vezes
impactados, paralisados pela dimensão dos problemas, clamando e reclamando que
necessitamos da ajuda de Deus, da família, da sociedade... ou até reconhecendo,
com desânimo, que depende de nós a mudança, mas tudo isso ainda não nos leva a querer mudar!
Acredito
que simplesmente repetir que “preciso”, devo, “tenho que”, tem o peso de uma
obrigação que, muitas vezes, nos faz protelar o caminhar para a mudança ou até
nos faz desistir dela!
Querer me leva adiante! Traz a força de
um desejo, nasce da liberdade de uma escolha. Traduz um ato de vontade e traz
energia sempre renovada ao caminhar
escolhido.
As dificuldades perdem o peso da falta, da carência, da
miséria, da injustiça, dos nossos erros, porque quero superá-los, quero me
recuperar!
Sou inundada pelo ânimo, pela “coragem para mudar”... e
aceito os novos desafios a serem superados, porque entendo que além de cada um deles, terei
novas descobertas e o desfrutar de novos patamares de mim, mais liberdade... Já
não me canso tanto, já não me sinto tão “obrigada”! Vou descobrindo o prazer
dos desafios aceitos, a alegria de caminhar...
Tenho dito
tantas vezes “eu preciso”! Já entendi, descobri e aceitei que preciso de mudanças
em mim e em minha vida, mas agora é hora de dar um passo adiante e querer!
Mas repito para mim: Cuidado!
Como estará se transformando esse meu querer? Qual o preço desse querer?
Atenção, para não transformar a escolha do querer numa nova luta perfeccionista,
sem respeitar meus limites, com muita seriedade, sem aceitação do meu tempo
para mudar, sem alegria... recaindo num velho “tenho que”!