Tanto
ouvimos que a melhor defesa é o ataque, que acabamos por internalizar essa
ideia e ela torna-se uma crença a nortear nossas relações nesse mundo tão
competitivo e agressivo. Então, sempre que nos sentimos ameaçados, quando nos
sentimos assustados, fragilizados, reagimos, quase automaticamente, contra
atacando.
Como nos relacionamos, ainda e desde
sempre, buscando aprovação, querendo vencer para sermos valorizados, nós nos sentimos
muito ameaçados com ironias, sarcasmos, comparações, críticas, cobranças... Toda
essa carga negativa nos assusta, afronta nosso orgulho e, com raiva e medo, nos
defendemos – contra atacando.
Aprendemos a “dar o troco”! E que
armas são usadas nessa luta! Em nossas
relações mais íntimas, quando já conhecemos um pouco melhor as fraquezas e
deficiências uns dos outros ,os “pontos
fracos” são atacados cruelmente, os segredos são violados, as intimidades são
reveladas e ironizadas ... Nossas
relações, mesmo as mais amorosas no início, tornam-se uma arena onde nos digladiamos,
doídos, sangrando, machucados, irritados, ressentidos, decepcionados uns com
outros... Mas não desistimos da disputa! Quem é o pior? Quem tem a razão? Quem
foi o culpado? Na verdade, tornamo-nos todos perdedores, querendo, por orgulho,
ter a “última palavra” e “sair por cima”, ainda que pisoteando os nossos laços
amorosos, nossa história, nossos melhores sonhos de felicidade.
Hoje, esse é o modelo do qual tento
sair e aquela é uma crença que, acredito, não é a melhor para cuidar de meus
amores. Mas, como é difícil! Ainda, quando
me sinto “atacada”, se me distraio, rebato, caio na velha disputa e fico presa
mais uma vez, magoando e sendo magoada!
Descobri que preciso estar mais focada
em mim, honestamente, com aceitação
e carinho, revendo meus papéis em minha vida, desenvolvendo um sadio senso de
auto valorização e auto estima. Preciso escolher o que eu desejo para mim, o que é mais importante para mim! Preciso estar atenta e me negar
ao debate que tanto nos afasta e destrói nossos laços. Preciso aprender a
reconhecer, e me resguardar, de situações de risco, de disputas, quando sinto
que vou ser provocada para brigar “as mesmas velhas brigas”. Preciso estar
atenta para respeitar meus espaços e sensível aos meus “limites” para, se
necessário, retirar-me dessas lutas tão costumeiras, mas tão destrutivas.
Retirar-me, não derrotada, mas sair livre, dona
de mim, ciente do que quero para mim.
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