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domingo, 12 de abril de 2015

O QUE O OUTRO PODE ... OU NÃO PODE




          Assim como é importante eu respeitar o que posso, da mesma forma, é importante respeitar o que o outro pode ou não pode.

          O que o Outro pode? Não sabemos! Ele, como nós, finge grande força e disfarça medos... por isso não sabemos, realmente, o que os Outros podem!  Provavelmente, nem eles mesmos sabem, porque não fomos, todos (nós e eles), ensinados a nos olhar, a nos sentir e nos conhecer. Só aprendemos, isso sim, a disfarçar quem somos ou o que podemos.

Mas, o Outro não pode, certamente, atender a todas nossas expectativas. Ele não pode desempenhar de forma perfeita os papéis idealizados que sonhamos para nossos pais, parceiros, amigos e amantes e ele não pode ser o filho eternamente grato e submisso, a realizar nossos anseios e desejos. 

            Também, talvez ainda não consiga ser o que se esperava dele como familiar, religioso, profissional, cidadão... Talvez não consiga ainda ser nem mesmo muito eficiente ou “bom”. Talvez  tenha sonhos e expectativas próprias, talvez queira ser leal a seus próprios valores e à sua própria unicidade. E, certamente, não consegue ser, ainda, tudo que sonhou e desejou, mesmo quando tenta disfarçar sua humilhação, tristeza e agonia por isso.

            O Outro é apenas uma pessoa como nós – confuso, com sonhos( também e ainda) não realizados, aparentando mais do que consegue, querendo ser “mais”... para ser mais valorizado e amado. Na verdade, como nós, todo o tempo, esse Outro está fazendo nessa vida apenas o que pode!
 
            Em minhas relações, além de me resguardar de cobranças e invasões, preciso sempre me lembrar disso e respeitar esse Outro, não criticando, não cobrando, não abusando, não acusando, não humilhando...apenas por ele não ser o que eu queria que fosse. 

            Só por hoje, todos nós, somos apenas o que podemos.

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