Assim como é
importante eu respeitar o que posso,
da mesma forma, é importante respeitar o que o outro pode ou não pode.
O que o Outro pode? Não sabemos! Ele,
como nós, finge grande força e disfarça medos... por isso não sabemos,
realmente, o que os Outros podem! Provavelmente,
nem eles mesmos sabem, porque não fomos, todos (nós e eles), ensinados a nos
olhar, a nos sentir e nos conhecer. Só aprendemos, isso sim, a disfarçar quem
somos ou o que podemos.
Mas, o Outro não pode, certamente, atender a todas nossas
expectativas. Ele não pode desempenhar de forma perfeita os papéis idealizados
que sonhamos para nossos pais, parceiros, amigos e amantes e ele não pode ser o
filho eternamente grato e submisso, a realizar nossos anseios e desejos.
Também, talvez ainda não consiga
ser o que se esperava dele como familiar, religioso, profissional, cidadão...
Talvez não consiga ainda ser nem mesmo muito eficiente ou “bom”. Talvez tenha sonhos e expectativas próprias, talvez
queira ser leal a seus próprios valores e à sua própria unicidade. E, certamente,
não consegue ser, ainda, tudo que sonhou e desejou, mesmo quando tenta disfarçar
sua humilhação, tristeza e agonia por isso.
O Outro é apenas uma pessoa como nós
– confuso, com sonhos( também e ainda) não realizados, aparentando mais do que
consegue, querendo ser “mais”... para ser mais valorizado e amado. Na verdade,
como nós, todo o tempo, esse Outro está fazendo nessa vida apenas o que pode!
Em minhas relações, além de me
resguardar de cobranças e invasões, preciso sempre me lembrar disso e respeitar
esse Outro, não criticando, não cobrando, não abusando, não acusando, não
humilhando...apenas por ele não ser o que eu queria que fosse.
Só por hoje, todos nós, somos apenas o que podemos.
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